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Petrobras tem prejuízo de R$ 48,5 bilhões no 1º tri com revisão no preço do petróleo

14 maio 2020, 20:41 - atualizado em 14 maio 2020, 20:41
PETR4 Petrobras
O Ebitda ajustado teve alta de 36,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e avanço de 2,7% em relação ao quarto trimestre (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

A Petrobras (PETR4) registrou um prejuízo líquido de 48,5 bilhões de reais no primeiro trimestre, ante um lucro líquido de 4 bilhões de reais no mesmo período de 2019, diante de baixa contábil a partir de uma revisão das premissas de longo prazo para o petróleo Brent frente ao novo cenário mundial, informou a petroleira nesta quinta-feira.

Entre janeiro e março, a empresa fez uma baixa contábil de 65,3 bilhões de reais ao reavaliar ativos principalmente de exploração e produção, considerando preços mais baixos do petróleo, devido a uma crise global causada pela pandemia do novo coronavírus, que reduziu a demanda pela commodity.

“Estamos assumindo agora que o preço do Brent de longo prazo será em média 50 dólares/barril, contra 65 dólares/barril anteriormente”, afirmou a Petrobras, em seu balanço financeiro trimestral.

Os resultados também foram impactados pela queda do valor do Brent no trimestre e pelas perdas com variação cambial decorrentes da forte desvalorização do real frente ao dólar, explicou a companhia.

“Estes fatores foram atenuados por maiores volumes de exportação, maiores margens nos derivados, menores despesas, incluindo gastos gerais e administrativos, exploratórios e tributarios, bem como ganhos com hedge”, afirmou a Petrobras.

Em mensagem ao acionistas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que “a recessão global não chegou a impactar significativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre, devendo fazê-lo nos trimestres seguintes”.

Ele citou que o fluxo de caixa livre foi de 5,9 bilhões de dólares nos primeiros três meses do ano, muito superior ao do mesmo trimestre de 2019, de 3,1 bilhões de dólares.

No entanto, a empresa informou que houve uma redução das exportações para a China –seu principal cliente–, devido à queda da demanda, causada pelos impactos da Covid-19 no país. O país asiático recebeu no período 48% das exportações da empresa, contra 68% no quarto trimestre.

Desconsiderando os efeitos especiais, principalmente impairment e ágio na recompra de bonds, a empresa registraria um prejuízo menor, de 4,6 bilhões de reais no primeiro trimestre.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado seria de 36,9 bilhões de reais, em vez dos 37,5 bilhões de reais registrados.

O Ebitda ajustado teve alta de 36,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e avanço de 2,7% em relação ao quarto trimestre, apesar da redução do Brent, principalmente devido ao aumento das exportações, principalmente de petróleo, com níveis recordes em janeiro e fevereiro, quando a queda no Brent ainda era moderada em relação ao mês de março.

“Conseguimos aproveitar a valorização dos nossos petróleo e óleo combustível no mercado externo, graças ao IMO 2020, capturando ótimas margens no óleo combustível”, afirmou.

Confira o resultado:

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