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Petrobras fecha em alta de 3% com cessão onerosa, alta do petróleo e otimismo do mercado

22 out 2019, 17:40 - atualizado em 22 out 2019, 17:40
Cessão onerosa fez com que as ações da Petrobras operassem em alta nesta terça feira (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Por Investing.com

Somatória de fatores contribui para a alta da Petrobras nesta terça-feira (22), figurando entre as maiores altas do Ibovespa e colaborando com a renovação da máxima histórica intradia do principal índice brasileiro.

Estimativas de recursos do leilão da cessão onerosa que devem ir ao caixa da estatal petrolífera, a alta do preço do petróleo e o sentimento bullish no Brasil – com a eminente aprovação da reforma da Previdência – e no exterior com otimismo no avanço das negociações comerciais e balanços positivos das empresas listadas em Wall Street contribuem para a forte valorização da Petrobras.

Dessa forma, os papéis preferenciais (PETR4) registraram ganhos de 2,88% a R$ 28,57, enquanto as ordinárias (PETR3) saltaram 3,06% a R$ 31,28.

Outro fator que favorece esse movimento é o anúncio de alta nos preços de gás liquefeito de petróleo (GLP) para residências, em botijões de 13 quilos, e também do produto para consumidores industriais e comerciais, segundo informações publicadas no site da companhia.

O GLP residencial teve alta de R$ 92,5 por tonelada para as distribuidoras em várias praças, ou cerca de 5%, enquanto as cotações do GLP industrial e comercial sofreu alta de R$ 58,5 por tonelada, ou cerca de 3%, de acordo com cálculo da Reuters com base nos dados da companhia.

O movimento nos preços do GLP da Petrobras é o primeiro desde 5 de agosto, tanto para o produto residencial quanto para o voltado à indústria e comércio.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) estimou em nota que o aumento residencial oscilará entre 4,8% e 5,3%, enquanto o GLP industrial terá variação de 2,9% a 3,2%, dependendo do polo de suprimento.

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Cessão Onerosa

A EPE calcula que a Petrobras deve receber US$ 38,9 bilhões, valor menor do que os US$ 45,2 bilhões avaliados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O salto dos papéis da Petrobras iniciou na tarde de ontem (21), após fontes ouvidas pela Bloomberg afirmarem que a estatal deve receber por volta de US$ 25 bilhões-US$ 45 bilhões do leilão de cessão onerosa.

O otimismo com o assunto prossegue hoje, com a edição desta terça-feira do Valor Econômico apontar que os recursos que a estatal vai receber serão semelhantes ao que informa a Bloomberg, embora aponte que a estatal deve receber US$ 6,3 bilhões a menos se o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar o cálculo para a distribuição baseado em estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A EPE calcula que a Petrobras deve receber US$ 38,9 bilhões, valor menor do que os US$ 45,2 bilhões avaliados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A divergência de valor está baseada no preço-médio do barril do petróleo para todo o período de contratos.

Enquanto a ANP projetou um preço-médio de US$ 76,18, a EPE considerou os preços ao longo do tempo, com os preços nos primeiros anos de exploração bem abaixo ao projetado pela agência reguladora.

Petróleo

Os preços do petróleo subiram na terça-feira depois que a China sinalizou progresso nas negociações comerciais com os Estados Unidos, mas os ganhos foram limitados pelas previsões de baixa de um aumento nos estoques de petróleo dos EUA.

petróleo Brent registrava ganhos de 1,19%, ou US$ 0,66 a US $ 59,67 por barril, enquanto o WTI subia US$ 0,83, ou 1,55% a US$ 54,34 por barril.

China e Estados Unidos alcançaram algum progresso em suas negociações comerciais, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Le Yucheng, na terça-feira, e qualquer problema pode ser resolvido desde que os dois lados se respeitem.

“Enquanto o clima encorajador nos mercados financeiros permanecerá estimulado pelo otimismo comercial, a aversão ao risco ainda poderá gerar um retorno abrupto se as negociações se arrastarem ou se tornarem azedas”, disse Lukman Otunuga, analista da FXTM.

O Fundo Monetário Internacional previu na semana passada que as consequências da guerra comercial EUA-China e disputas comerciais em todo o mundo desacelerariam o crescimento global em 2019 para 3,0%, o mais fraco em uma década.