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Petrobras reduz diesel na refinaria em 7% a partir de sexta e gasolina cairá 5%

10 set 2020, 12:54 - atualizado em 10 set 2020, 13:25
PETR4 Petrobras
O corte nos preços é o terceiro consecutivo anunciado pela Petrobras para os combustíveis (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

A Petrobras (PETR3; PETR4) reduzirá os preços médios do diesel em suas refinarias em 7% a partir de sexta-feira, enquanto as cotações da gasolina terão diminuição de 5%, informou a estatal nesta quinta-feira, por meio da assessoria de imprensa.

O corte nos preços é o terceiro consecutivo anunciado pela Petrobras para os combustíveis e o segundo apenas nesta semana.

A companhia reajustou para baixo valores do diesel e da gasolina na quarta-feira, em movimento anunciado na véspera em meio a uma queda nos preços do petróleo no mercado internacional.

Os cortes de preços, iniciados em setembro, também vieram em meio a uma valorização do real frente ao dólar no período, e começaram depois de ambos os combustíveis terem atingido em agosto níveis só vistos antes da chegada ao Brasil dos efeitos da pandemia de coronavírus.

A Petrobras defende que sua política de preços leva em conta a paridade de importação, com impacto das cotações internacionais do petróleo e do câmbio.

Os preços de referência do petróleo têm caído desde o início deste mês em função de frustrações com a retomada da demanda e preocupações com o ritmo de melhora na atividade econômica devido ao número ainda crescente de casos de coronavírus pelo mundo. O barril do Brent chegou a tocar mínimas de três meses na quarta-feira, abaixo de 40 dólares.

Para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os mais recentes movimentos de preços da Petrobras “fecharam as janelas para as importações de diesel” pelo Brasil.

“Para gasolina, já estavam fechadas”, disse o presidente-executivo da entidade, Sérgio Araujo, à Reuters.

Questionado sobre a prática pela Petrobras de dois reajustes negativos na mesma semana, o dirigente da associação de importadores defendeu que a empresa deveria “esperar nova estabilização dos preços” para não prejudicar as importações.

A Petrobras defende que sua política de preços leva em conta a paridade de importação, com impacto das cotações internacionais do petróleo e do câmbio (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

“Apesar do aumento de produção de diesel, ainda dependemos da importação para suportar a demanda”, afirmou.

A Petrobras disse na quarta-feira que registrou em agosto o terceiro recorde consecutivo de produção mensal de diesel com baixo teor de enxofre (S-10), com 1,84 milhão de metros cúbicos fabricados no mês.

O aumento da produção do diesel ocorre ainda em meio a uma redução provisória na mistura de biodiesel no combustível fóssil, de 12% para 10%, que deverá vigorar entre setembro e outubro, conforme determinação da reguladora ANP após altos custos com a matéria-prima, especialmente a soja.

Com os mais novos reajustes, a gasolina da Petrobras passará a acumular queda de 16,7% nas refinarias em 2020, enquanto os preços do diesel ficarão 35,5% abaixo dos vistos no início de janeiro deste ano.

(Atualizada às 13h25)