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Petrobras recolhe 133 toneladas de resíduos oleosos das praias do Nordeste, diz CEO

08 out 2019, 12:47 - atualizado em 08 out 2019, 12:51
Roberto Castello Branco
Até agora, é um fenômeno muito estranho. É um desastre muito preocupante para todos nós, disse Castello Branco (Imagem: Roberto Castello Branco)

A Petrobras (PETR3PETR4) recolheu 133 toneladas em resíduos oleosos de origem misteriosa que atingem as praias do Nordeste há mais de um mês, afirmou nesta terça-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco, que qualificou como “estranho” o surgimento das manchas no litoral.

O executivo disse que o centro de pesquisas da companhia analisou 23 amostras do óleo ao longo do último mês e concluiu que nenhuma delas teria sido produzida ou comercializada pela Petrobras.

“Até agora, é um fenômeno muito estranho. É um desastre muito preocupante para todos nós”, disse Castello Branco, ao participar de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados sobre a venda de ativos da empresa.

Mais cedo nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o petróleo parece ter sido despejado criminosamente na região, uma vez que o fluxo de óleo seria constante caso tivesse origem em vazamento por um navio afundado, o que não tem se verificado.

Na véspera, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que equipes dos órgãos ambientais Ibama e ICMBio haviam recolhido mais de 100 toneladas de borra de petróleo no litoral do Nordeste desde o início de setembro.

As manchas já ameaçam 600 filhotes de tartarugas marinhas que nasceram nas praias de Sergipe e Bahia, que têm sido retidos em seus ninhos para não haver contato com o óleo, disse à Reuters um representante do Projeto Tamar, organização não governamental que atua pela preservação da espécie.

O porta-voz do Greenpeace para assuntos de clima e energia, Thiago Almeida, criticou na véspera o governo pela demora em identificar a origem do petróleo e evitar os danos, lembrando que o país se prepara para realizar três grandes leilões de áreas de petróleo ainda neste ano.