Petrobras terá dois militares da reserva no conselho de administração
A Petrobras (PETR4) informou que recebeu ofícios do Ministério de Minas e Energia e do Ministério da Economia com indicações do governo a cargos no conselho da empresa, a serem apreciados em assembleia-geral extraordinária de acionistas, de acordo com comunicado nesta segunda-feira (8).
As indicações vêm depois que cinco membros do colegiado da estatal anunciaram na semana passada que não desejariam continuar em seus postos.
A renúncia veio na sequência da indicação pelo governo Jair Bolsonaro de um novo presidente para a companhia, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, que deverá ter o nome apreciado pelos conselheiros, de acordo com as regras de governança da companhia.
A Petrobras disse que os ofícios indicaram a recondução do atual presidente do Conselho, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, além dos nomes de Joaquim Silva e Luna, Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, indicada pela pasta da Economia.
A União ainda pode realizar mais duas indicações de membros ao conselho de administração da companhia, acrescentou a Petrobras no comunicado.
Na semana passada, a companhia havia informado a renúncia de João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha, todos indicados pelo governo para as cadeiras no conselho, além de Leonardo Pietro Antonelli, membro eleito por acionistas minoritários.
O atual CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, que tem mandato até 20 de março, também deve deixar o conselho.
No total, o colegiado de conselheiros da Petrobras conta com 11 membros, sendo sete deles indicados pelo acionista controlador. Três são representantes dos minoritários e um representa os funcionários, de acordo com informações do site da empresa.
Nomes
Dentre os novos conselheiros indicados pelo governo, Joaquim Silva e Luna é ex-ministro da Defesa e doutor em ciências militares. Ele atuava como diretor-geral brasileiro na hidrelétrica binacional de Itaipu quando foi indicado por Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras após a saída de Castello Branco.
Ruy Schneider é engenheiro industrial mecânico e de produção, além de oficial de reserva da Marinha. Ele é atualmente presidente do conselho de administração da Eletrobras (ELET3;ELET5;ELET6) e já foi executivo e conselheiro de diversas empresas.
O conselheiro Marcio Weber é engenheiro civil com especialização em engenharia de petróleo pela Petrobras, onde trabalhou por 16 anos a partir de 1976. Atualmente presta assessoria ao grupo PMI.
Murilo Marroquim de Souza é formado em geologia e mestre em geofísica, com 47 anos de experiência no setor de petróleo. Foi CEO da Devon Energy do Brasil e desde 2011 é chefe de uma consultoria focada na indústria de energia.
Já a indicada pelo ministério da Economia, Sonia Julia Vilallobos, é mestre em administração da empresas e especialista em finanças, com mais de 30 anos de experiência no mercado de ações. Ela já foi conselheira da Petrobras entre 2018 e 2020, eleita por acionistas detentores de ações preferenciais.
(Atualizada às 09h16)