Petrobras reage e lidera recuperação do Ibovespa, mas Nova York freia ímpeto
A bolsa paulista buscava uma recuperação nesta terça-feira, guiada pela reação de Petrobras, um dia após a estatal perder 74 bilhões de reais em valor de mercado por preocupações sobre interferência do governo Bolsonaro na empresa.
Às 11:49, o Ibovespa subia 0,48%, a 113.209,8 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 114.406,69 pontos, mas perdeu o fôlego após a abertura de Wall Street. O volume financeiro somava 12,45 bilhões de reais.
O Ibovespa caiu 4,87% na segunda-feira, a 112.667,70 pontos, maior queda percentual diária desde abril do ano passado, com investidores enxergando aumento relevante do risco de interferência do governo em estatais.
Na visão da Ágora Investimentos, a Petrobras segue no centro das atenções, em meio a uma expectativa pela reunião do conselho de administração da companhia, que deve votar a indicação do general Joaquim Silva e Luna para comandar a empresa.
“Ainda sobre o tema, as notícias indicando a possível criação de um fundo para amortizar as flutuações nos combustíveis podem ajudar a reduzir as preocupações dos acionistas da empresa”, acrescentou em nota a clientes.
No exterior, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, vai falar em audiência perante o Comitê Bancário do Senado nesta tarde.
Wall Street abriu no vermelho com investidores vendendo ações de crescimento, como papéis de tecnologia, em razão de preocupações com o patamar das cotações. O S&P 500 cedia 1,4%, o que ajudava a tirar o Ibovespa das máximas.
Destaques
Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 7,3% e 5,9%, respectivamente, após perder 74 bilhões de reais em valor de mercado na véspera. Incluindo o declínio da última sexta-feira, a perda ultrapassou 100 bilhões de reais, com vários analistas cortando recomendação e preços-alvo para as ações da companhia.
Uma das exceções foi o UBS, que reiterou recomendação de compra, citando indicadores financeiros e operacionais da empresa e avaliando como exagerada a reação que fez os papéis caírem mais de 20% na segunda-feira.
Banco do Brasil (BBAS3) avançava 3,9%, também se recuperando, após registrar na segunda-feira o pior desempenho em um dia desde abril do ano passado.
Na véspera, após o fechamento, o BB divulgou fato relevante afirmando que não recebeu indicação de mudança do seu comando. Entre os bancos, Itaú Unibanco (ITUB4)valorizava-se 3,2% e Bradesco (BBDC4) tinha alta de 2,7%.
Embraer (EMBR3) recuava 5,6%, em meio a ajustes, após figurar entre as maiores altas do Ibovespa na véspera.
CSN (CSNA3) caía 2,4%, mesmo após salto no lucro líquido do quarto trimestre do ano passado para 3,9 bilhões de reais, além de previsão de redução no endividamento em 2021.
No radar do setor, o presidente do Inda afirmou ver bastante dificuldade para usinas anunciarem novos aumentos de preços e que a cotação no país está perto de incentivar a importação do insumo.
Usiminas (USIM5) desacelerou a alta para 1,9% e Gerdau (GGBR4) passou a recuar 0,7%.Vale (VALE3 perdia 1,6%, também em meio à queda do preço do minério de ferro na China