Petrobras: Queda das ações após redução no preço da gasolina é motivo para pânico?
As ações da Petrobras (PETR4) abriram o dia em alta nesta terça-feira (14), com os papéis subindo até 1,2%. Mas, após a empresa reduzir o preço da gasolina em 3% nas refinarias, as ações começaram a cair — a baixa era de 1,19%, a R$ 29,12, por volta das 16h20.
Para o CEO da corretora Planner, Alan Gandelman, o movimento é natural, pois com a atual política de preços da companhia os papéis ficam atrelados diretamente aos preços do petróleo no mercado internacional e do combustível vendido aqui no Brasil.
“A Petrobras trabalha em média com um margem de ganho de 25% sobre os produtos vendidos, agora se você tem um preço menor na bomba claramente que o resultado financeiro não vai ser igual”, diz.
Por isso, avalia o analista, sempre que tiver uma variação, “seja para cima ou para baixo”, a ação vai seguir a tendência desse movimento.
Gandelman também não vê a queda de hoje como uma ingerência do governo, tendo em vista que o preço do barril de petróleo recuou dos patamares de US$ 80 para US$ 70.
O Credit Suisse foi na mesma linha e classificou a decisão de forma neutra. “Em nossa visão, a empresa apenas manteve a paridade com os preços no mercado internacional”, explicou o banco em nota aos clientes.
Vale a pena ter ação?
Para Gandelman, a redução no preço da gasolina no dia de hoje foi o reflexo de uma pressão dos países desenvolvidos, liderado pelos EUA, para baixar o preço do petróleo, por meio do aumento da produção — o que resultou na queda recente da commodity.
No entanto, o CEO da Planner não vê o barril de petróleo em baixa no próximo ano, pois essa pressão de países desenvolvidos sobre a Opep não trará resultados no longo prazo.
“Com essa perspectiva de que os preços do petróleo tendem a subir no próximo ano, a ação da Petrobras é um ótimo ativo para ter em 2022, principalmente quando falamos de dividendos”, diz.