BusinessTimes

Petrobras: por que você pode esperar ainda mais dividendos que os US$ 60 bi já anunciados

27 nov 2021, 20:06 - atualizado em 27 nov 2021, 20:06
Petrobras
Conservadorismo: Petrobras poderia ser mais ousada nas projeções, diz Itaú BBA (Imagem: Valter Silveira/Money Times)

Nesta semana, a Petrobras (PETR3; PETR4) detalhou seu plano de negócios para o período de 2022 a 2026. O que mais impressionou os analistas foi a disposição de a estatal distribuir entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões em dividendos no período.

Para se ter uma ideia do que isso representa, basta lembrar que o valor de mercado da empresa, atualmente, é de US$ 69 bilhões. Isso fez com que muitos analistas, nos últimos dias, afirmassem que a companhia vai se transformar em uma “máquina de dividendos” nos próximos cinco anos.

Mas o que é bom pode ficar ainda melhor. Pelo menos, é o que afirmam Leonardo Marcondes e Renan Moura, analistas do Itaú BBA que também divulgaram um relatório sobre o assunto. A dupla sublinha que a Petrobras foi conservadora no cenário que traçou até 2026 e, por isso, é possível imaginar que ela terá fôlego para pagar ainda mais dividendos aos acionistas.

Variáveis importantes

Os dois números destacados pelo Itaú BBA, e que podem engordar ainda mais a conta corrente dos investidores, são os seguintes:

Preço do petróleo: o plano estratégico da Petrobras adota uma cotação média de US$ 55 por barril do tipo Brent. O Itaú BBA acha pouco. “Sublinhamos que a atual curva do Brent aponta para um preço médio de US$ 66 por barril em 2026”, afirmam os analistas.

Dólar: a estatal trabalha com uma expectativa de que o câmbio esteja em R$ 5,10 por dólar em 2026. A equipe de macroeconomia do Itaú BBA, contudo, projeta uma taxa de R$ 5,50.

“O pagamento de dividendos poderia ser ainda maior, quando consideramos a atual curva de preços futuros do petróleo e um real mais depreciado”, explicam os analistas, acrescentando que o cenário do Itaú “sugere que poderia haver um incremento do pagamento de dividendos da companhia nos próximos anos”.

A gestora do Itaú reafirmou a recomendação de outperform para o papel (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 38 para este ano.