Petrobras pode disparar 77% (em dólar), se o coronavírus ficar como está
As ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras (PETR3; PETR4), negociadas na Bolsa de Nova York, podem disparar 77% nos próximos 12 meses, caso a pandemia de coronavírus permaneça como está e o Brasil e o mundo não enfrentem uma segunda grande onda de contágios.
A avaliação é do Credit Suisse, em relatório enviado aos clientes nesta quinta-feira (2) e obtido pelo Money Times. O banco elevou o preço-alvo das ADRs de US$ 14 para US$ 15, e reiterou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para o papel, que fechou o pregão de ontem cotado a US$ 8,45.
“Os efeitos da crise [causada pelo coronavírus] não foram tão profundos, nem tão prolongados, quanto temíamos no começo”, afirma Regis Cardoso, que assina a análise. “Estamos, agora, ajustando nossas projeções, principalmente para o preço do petróleo e para a produção da Petrobras em 2020, para refletir a realidade menos severa”, acrescenta.
O banco suíço elevou em cerca de US$ 5, o preço esperado do barril tipo Brent. Com isso, a cotação projetada para 2020 e 2021 subiu para 2020 e 2021, respectivamente.
Segundo o Credit Suisse, os preços maiores serão sustentados pelo corte mais profundo que o estimado da produção pela Opep, pela reação mais rápida da demanda americana e pelos estoques mais baixos que o projetado na Europa.
Fundo do poço
Inicialmente, o Credit Suisse aguardava uma forte queda da produção da Petrobras, da média de 2,2 milhões de barris diários, para 1,6 milhão ou menos de barris.
Mas a estatal conseguiu manter o ritmo de operação, buscando novos mercados para seu petróleo e sendo beneficiada por uma retomada mais rápida das vendas no mercado interno.
Assim, o banco elevou em 41%, a estimativa de ebitda deste ano, e em 10% de 2021. “A Petrobras está em uma posição sólida para atravessar a crise”, diz o analista. “Mais do que isso, nós definitivamente vemos valor na Petrobras, num cenário de preços mais normais”, sublinha.
O Credit Suisse calcula que, se a cotação do Brent subir para, pelo menos, US$ 45 por barril, o retorno do fluxo de caixa para o acionista chegará a 13%; a relação VE/ebitda (valor da empresa sobre ebitda) será de 4,3 vezes, abaixo da média histórica da companhia de 5 vezes.