Privatizações

Petrobras (PETR4) x Eletrobras (ELET6): Mudança na petrolífera pode atrapalhar privatização de elétrica?

24 maio 2022, 15:35 - atualizado em 24 maio 2022, 15:35
Eletrobras ELET6 privatização
Eletrobras pode ter privatização comprometida por conta de Petrobras (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A troca de José Mauro Coelho por Caio de Andrade no comando da Petrobras (PETR3; PETR4) pode afetar o destino de outra estatal: a Eletrobras (ELET6), que se prepara para realizar a capitalização que a transformará em uma empresa privada de controle difuso, segundo os planos do governo.

O alerta é de Michael Viriato, estrategista-chefe da Casa do Investidor, que afirma que “as mudanças [na Petrobras] assustam investidores internacionais”.

“A troca do comando da Petrobras compromete a venda da Eletrobras. Imagine a seguinte situação: você é um investidor estrangeiro, vê o que está acontecendo, e enxerga uma bagunça, fica sem acreditar que vai investir na empresa e que, no ano que vem, o próximo presidente do país não fará uma alteração porque o preço da energia subiu”, afirma.

Viriato acrescenta que a troca no comando da Petrobras não é tão negativa para o mercado brasileiro, porque os investidores locais já “estão acostumados e acabam minimizando uma coisa importante”. Apesar disso, às 12h18, no horário de Brasília, as ações preferenciais da Petrobras caíam 4,82%, ante a alta de 0,66% da Eletrobras.

“É um tiro no pé fazer essa troca agora, se você quer realmente a venda da Eletrobras, porque essa troca de presidentes periódica mostra uma completa falta de governança”, diz.

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Dança das cadeiras na Petrobras

Nesta segunda-feira (23), Caio Mário Paes de Andrade foi indicado para assumir a presidência da Petrobras. Atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Andrade substituirá José Mauro Ferreira Coelho, que ocupou o cargo por apenas 40 dias.

A notícia reforça a avaliação de que será muito difícil equilibrar a atual política de paridade de preços e as demandas do presidente Jair Bolsonaro para conter os aumentos dos combustíveis, que prejudicam sua campanha à reeleição.

“Em última análise, achamos que o novo CEO enfrenta um dilema difícil: como preservar o próprio emprego seguindo as políticas da empresa e sem comprometer a disponibilidade de combustível no Brasil?”

Na quarta-feira (18), o Tribunal de Contas da União (TCU) formou maioria para aprovar a privatização da Eletrobras. Mas a saída de Coelho e a entrada súbita de Andrade pode ser um “tiro no pé” para angariar investidores interessados na compra da estatal de energia.

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