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Petrobras (PETR4) vira recomendação cada vez mais arriscada, diz Bradesco BBI

22 jun 2022, 11:23 - atualizado em 22 jun 2022, 11:31
BBI lembra que nenhuma medida concreta foi tomada ainda pelo Governo ou pelo Congresso. (Divulgação)

O Bradesco BBI diz reconhecer que a recomendação de compra das ações da Petrobras (PETR4) tem se tornado cada vez mais arriscada.

O comentário é feito em um momento em que a classe política avança sobre a política de preços da empresa, diante da forte alta dos combustíveis. 

O BBI diz estar surpreso ao ver que membros do Congresso gostam da ideia de que a Petrobras teria que desempenhar um papel mais ativo para conter os preços dos combustíveis, após os esforços dos governos para reduzir impostos. 

“Embora Adolfo Sachsida tenha defendido a privatização da empresa, os membros do Congresso parecem entender que os benefícios de uma privatização em relação aos preços dos combustíveis (se houver) só se materializarão no longo prazo, e os políticos estão exigindo uma solução de curto prazo”, diz trecho do relatório assinado por Vicente Falanga José Cataldo.

Ministro de Minas e Energia, Sachsida falou ontem em audiência na Câmara dos Deputados. Ele reiterou que o governo não pode intervir na política de preços da Petrobras, mas ressaltou que várias esferas da sociedade e empresas no mundo vêm fazendo sacrifícios para lidar com os custos mais altos, agravados pela guerra na Ucrânia.

O BBI lembra que nenhuma medida concreta foi tomada ainda pelo governo ou pelo Congresso, mas diz acreditar que, a menos que o governo forneça uma solução rápida e direta, “as chances de que as coisas mudem para a Petrobras aumentaram significativamente”.

“Por meio de mudanças na política de preços ou impostos incrementais, algo provavelmente poderia ser inventado. O fato de Adolfo Saschida parecer estar aberto a discutir impostos inesperados e/ou de exportação em sua audiência, em vez de fornecer críticas enfáticas contra eles, apoia essa ideia”, diz.

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O melhor cenário para Petrobras

Para o BBI, se nenhum subsídio for introduzido e a discussão sobre mudar as leis e a tributação avançar, o melhor cenário seria que quaisquer mudanças sugeridas fossem temporárias e tratadas como uma medida emergencial.

“Por exemplo, se forem implementados impostos, que sejam apenas durante um período de guerra, por exemplo. Ou se forem introduzidas alterações na Lei das Estatais, que continuem protegendo as nomeações técnicas de conselheiros e executivos, e que mudanças na política de preços sejam tratadas como pontuais”.

Para o BBI, quaisquer cortes de preços forem introduzidos no curto prazo, o governo precisaria lidar com o risco de escassez de diesel no Brasil e quem seria responsável por abastecer o país com importações.

“Se mudanças materiais e estruturais forem introduzidas na Lei das Estatais, acreditamos que isso prejudicaria significativamente o risco e a taxa de câmbio do país. Vamos esperar para ver qual será a resolução”, diz.

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