Petrobras (PETR4) vai pagar menos dividendos por causa de energia eólica?
O mercado demostra preocupação com o interesse da Petrobras (PETR3; PETR4) em investir em energia eólica offshore, após a empresa anunciar uma carta de intenções com a norueguesa Equinor que amplia cooperação entre as empresas para avaliar a viabilidade de sete projetos na costa brasileira.
A viabilidade dos projetos e o potencial de lucros que eles podem trazer, além do temor de uma redução na distribuição de dividendos, são os principais pontos mencionados pelos analistas. Segundo a Petrobras, as iniciativas podem custar cerca de US$ 70 bilhões e levar em torno de seis anos para começar.
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O diretor geral da PSR (Consultoria e Análise de Energia), Luiz Barroso, avalia que o movimento anunciado pela petroleira parece mais uma confirmação de intenções de entrar em iniciativas de baixo carbono. “Não vejo como uma declaração que a Petrobras fará os investimentos em eólicas. É mais uma direção”, explica o diretor da consultoria de energia.
Para Nivalde de Castro, professor coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ), esse é um começo. “Ainda vão analisar a viabilidade econômica desses projetos, não há nada definido sobre investimentos“.
Segundo os especialistas do setor, o movimento da Petrobras na direção da descarbonização está em linha com a tendência global de transição energética, vista como irreversível. Barroso, da PSR, explica que outras petroleiras estão se transformando em empresas integradas de energia e com foco em energias de baixo carbono. Cada uma, contudo, com a sua própria estratégia e prioridades, aponta.
Menos dividendos?
O anúncio da estatal sinaliza uma mudança de trajetória em relação a do governo anterior, quando a prioridade era a maximização de dividendos, reduzindo o tamanho da empresa, lembra Castro, da UFRJ.
A partir de agora, contudo, ele avalia que a Petrobras sinaliza o desejo de se tornar uma empresa de energia. Ainda assim, segundo Castro, a mudança não deve ser rápida.
O plano de investimentos da companhia, antes focado na distribuição de lucros, deve mudar para “transformar a estatal em um instrumento de transição de política energética do governo brasileiro”, segundo o pesquisador.
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