Petrobras (PETR4) sobe após perder R$ 30 bi em valor; Genial não recomenda mais compra

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) operavam em alta nesta quinta-feira (15). O movimento representa a busca por recuperação do tombo de cerca de 9% no pregão de ontem, após a aprovação das mudanças na Lei das Estatais.

Por volta das 11h50 de hoje, os papéis preferenciais da petroleira, PETR4, subiam 3,49%, enquanto os ordinários, PETR3, avançavam 3,62%.

Os ativos da Petrobras tem passado por uma maré negativa ao longo das últimas semanas. Segundo dados do TradeMap, a empresa perdeu R$ 219 bilhões em valor de mercado — equivalente à Ambev — desde 21 de outubro, quando atingiu a máxima do ano. Só na quarta-feira, foram mais de R$ 30 bilhões, uma Hapvida.

Diante do aumento da percepção do risco político em relação à estatal, a Genial Investimentos rebaixou a recomendação de PETR4 para “manter”. “Essencialmente, o fluxo de notícias do governo eleito traça uma orientação de negócios que julgamos negativo para a tese da empresa”, explicam os analistas.

Murro em ponta de faca

De acordo com os analistas da Genial, comprar as ações da Petrobras agora é o mesmo que “dar murro em ponta de faca”.

Eles explicam que não vale a pena insistir no case, pois ele corre o risco de passar a não se apropriar do atual ciclo dos preços do petróleo, principalmente tendo opções mais interessantes — como PRIO (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3).

Além disso, a alteração da Lei das Estatais significa a queda da “linha de defesa” dos interesses dos acionistas minoritários em relação ao que os analistas julgam como positivo para os negócios da empresa.

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A Genial ainda ressalta que, caso a política de paridade aos preços internacionais, a suspensão do processo de desinvestimentos, a alteração dos dividendos e o fim do foco no segmento de Exploração & Produção forem aplicados, a “deterioração dos fundamentos da Petrobras seria inevitável”.

Por que não é hora de vender Petrobras?

Para a Genial, o case da Petrobras ainda “aguenta muito desaforo/erros por parte do controlador”.

Aos atuais níveis de preço, a empresa negocia a 2x EV/Ebitda esperado para 2023 e com uma geração de caixa/valor de mercado de aproximadamente 38%. Os analistas ainda supõem o dividendo mínimo de 25% do lucro esperado, o que equivaleria a um dividend yield de 9%.

“Nos sentiríamos confortáveis em manter uma recomendação mais otimista na empresa, mas vale lembrar que o ciclo a que a empresa está exposta deve durar até pelo menos 2026… momento este que as demais petroleiras sob nossa cobertura já vão ter multiplicado a sua produção em múltiplas vezes”, ressaltam.