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Petrobras (PETR4): ‘Se der lucro, vamos pagar dividendos’, diz Magda Chambriard em primeira entrevista

27 maio 2024, 19:27 - atualizado em 27 maio 2024, 20:07
Magda Chambriard
“Se der lucro e atender interesses de acionistas públicos e privados, vamos pagar dividendos”, colocou (Imagem: Roberto Farias / Agência Petrobras)

A recém-empossada CEO da Petrobras (PETR4) Magda Chambriard afirmou, em sua primeira entrevista, que a empresa irá respeitar os interesses de acionistas majoritários e minoritários e que se a companhia dar lucro, irá pagar os dividendos.

Os gordos proventos da estatal são o grande chamariz para investidores gringos e nacionais.

“Se der lucro e atender interesses de acionistas públicos e privados, vamos pagar dividendos”, colocou.

Além disso, Chambriard frisou que irá respeitar a ‘lógica empresarial’ e que é muito fácil da Petrobras dar lucros. Em certo momento, a CEO chegou a comentar a queda das ações após o seu nome ter sido indicado. No dia, o papel derreteu 6%.

“Falei gente, hora de comprar”.

Política de combustíveis

Sobre a política de combustíveis, que completou um ano, Chambriard disse ainda que não é justo “contaminar” os preços da companhia com as volatilidades do mercado internacional.

Em 16 de maio de 2023, a Petrobras anunciou as novas regras. Com isso, a nova política passou a incluir não só os preços internacionais do petróleo, mas outros componentes, como custo alternativo do cliente, a ser priorizado na precificação, e o valor marginal.

Para ela, a produção de petróleo e gás no pré-sal é garantia de segurança energética do país, enquanto se busca uma transição para combustíveis menos poluentes.

Fertilizantes da Petrobras

Sobre os fertilizantes, a CEO disse que Petrobras precisa ajudar a desenvolver o mercado de fertilizantes no Brasil, setor que historicamente enfrenta dificuldades no país devido aos custos mais altos do gás, importante insumo para a indústria.

Ela afirmou ainda que a Petrobras tem “obrigação” de ajudar a reforçar as cadeias produtivas nacionais.

“Está no nosso planejamento estratégico a questão dos fertilizantes. O Brasil importa 80% dos fertilizantes que utiliza, e uma grande parte são fertilizantes nitrogenados. A Petrobras vende petróleo e gás. Então, se ela tem um produto gás, faz sentido ser vendido para fertilizantes”, afirmou.

Chambriard afirmou que, se Petrobras tiver que baixar um pouco o preço do gás para ganhar mercado, “está valendo”, desde que a operação seja lucrativa também.

Ela reforçou que a venda de gás para indústria de fertilizantes nacional “não será a qualquer preço”.

Tanto o desenvolvimento da indústria de fertilizantes no país, grande produtor de alimentos, como o reforço da indústria naval, importante geradora de empregos, estão entre as preocupações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que precisam ser atendidas pela Petrobras, segundo pessoas do governo.

Um acordo da Petrobras com a Unigel para a retomada da operação de duas unidades de fertilizantes nitrogenados enfrentou barreiras do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A nova CEO da estatal acrescentou que será preciso explicar aos órgãos de controle que o apoio à produção de fertilizantes pode, ainda assim, ser lucrativo, atendendo ainda uma prioridade nacional, já que o Brasil importa grande parte de suas necessidades de adubos.

Para Chambriard, não pode haver regras de compliance que gerem “um imobilismo” da companhia.

Ela ainda opinou que a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que enfrenta desafios ambientais na Foz do Amazonas, precisa ter debates mais aprofundados no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) à luz dos interesses nacionais de desenvolvimento de uma nova fronteira petrolífera.

Energia renovável dá prejuízo?

Chambriard disse ainda refutar a tese de que negócios de energia renováveis são deficitários, e acrescentou que está mantido o interesse da Petrobras em fazer investimentos na área, conforme previsto no Plano Estratégico até 2028.

“A gente tem tradição nesse ramo (energia limpa), nossa matriz é renovável. Refuto que a energia renovável dê prejuízo, o mundo quer isso”, disse Magda.

Segundo Magda, a questão do interesse em renováveis vem de uma lógica comercial em um mundo que mira a neutralidade em carbono (net zero).

A sinalização, portanto, é de que a nova gestão da Petrobras deve dar continuidade à busca por ativos de geração de energia renovável, como vinha acontecendo sob Jean Paul Prates.

Com informações da Reuters, Agência Bom Dia Mercado e Agência Estado

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