Mercados

Petrobras (PETR4) salta 5% e bate em R$ 36, maior cotação em 12 anos; “ação ainda está barata”, diz analista

08 ago 2022, 17:25 - atualizado em 08 ago 2022, 23:16
Petrobras
Ação da Petrobras vira foguete e dispara; o que motiva o papel a saltar?  (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em alta de 5,05% na sessão desta segunda-feira, em dia marcado pela alta do petróleo.

Com isso, as ações preferenciais terminaram o dia negociadas a R$ 36,63. Trata-se da maior cotação desde meados de junho 2010, quando a empresa alcançou os R$ 37.

De acordo com Pedro Galdi, da Mirae Asset, um conjunto de fatores fazem com que a ação tenha esse salto.

Ele lista as expectativas de continuidade de distribuição de bons dividendos trimestrais, o fluxo de investidores locais e estrangeiros buscando oportunidades no mercado com a menor aversão ao risco e a liquidez da ação.

Galdi diz ainda que preço da Petrobras continua defasado, mesmo com a disparada no mês.

O papel acumula alta de 25% no ano.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, lembra que a empresa celebrou novo aditivo ao contrato de compra de gás natural com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), trazendo mais previsibilidade ao fornecimento de gás ao mercado local.

Lula e a Petrobras

Segundo a Folha de S. Paulo, a pretensão de Lula é de excluir a Petrobras da lista de privatizações, além de interromper a venda de refinarias em andamento e adquirir participação relevante na Vibra (VBBR3).

Aliados do candidato à presidência chegam a defender a criação de uma estatal de energia a ser formada por Eletrobras (ELET3) e Petrobras, que dependeria da recompra de ações recentemente vendidas durante a privatização da Eletrobras.

A equipe de Lula também estuda a compra de participações nas refinarias já vendidas: RLAM e Reman.

Segundo o senador João Paulo Prates (do PT – do RJ) a ideia não é reafirmar, mas adquirir participações grandes o suficiente para ter assentos em suas respectivas diretorias.

“O Governo Federal, por meio de suas empresas estatais, deve fazer ofertas de ações das empresas. Se os acionistas aceitarem, vamos avançar com o negócio”, disse o senador.

O Bradesco BBI destaca que o candidato à presidência terá trabalho para conseguir mexer com as estatais.

Isso porque, no caso das refinarias, o BBI aponta que o processo de venda faz parte de um termo de compromisso firmado pela Petrobras com o Cade. Dessa forma, a decisão de não prosseguir com o processo de desinvestimento pode acarretar multas para a petroleira.

Com Lorena Matos