Petrobras (PETR4) tem primeiro prejuízo em quase 4 anos
A Petrobras (PETR4) registrou prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, ante lucro líquido de R$ 28,8 bilhões no mesmo período do ano anterior, informou a companhia nesta quinta-feira (8).
A última vez em que a companhia havia registrado prejuízo havia sido no terceiro trimestre de 2020, com R$ 1,5 bilhão.
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A empresa disse que o prejuízo está associado a itens não recorrentes, principalmente os efeitos da adesão a uma transação tributária e de um acordo de trabalho de 2023. Segundo a estatal, excluindo esses itens e a desvalorização do real em relação ao dólar, o lucro líquido teria alcançado R$ 28 bilhões.
Analistas previam lucro líquido de R$ 25,6 bilhões no período, de acordo com o consenso do mercado reunido pela Bloomberg.
Em junho, a companhia informou que teria um impacto de R$ 11,9 bilhões de no resultado líquido do segundo trimestre diante de adesão da companhia a um acordo para encerrar disputa tributária envolvendo Cide, PIS e Cofins entre os anos de 2008 e 2013.
Ainda no segundo trimestre deste ano, segundo a empresa, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 49,7 bilhões, queda de 12,3% versus o mesmo período de 2023. O período foi marcado pela valorização de 4% dos preços do Brent na comparação trimestral e pela desvalorização do real em 5%.
Geração de caixa e custos
A Petrobras afirmou que teve forte geração de caixa no segundo trimestre de 2024, registrando Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões.
No segundo trimestre, o custo dos produtos vendidos aumentou 7% em comparação com os primeiros três meses do ano, refletindo os maiores custos com petróleo e derivados importados, retratando a valorização das cotações no momento da formação dos estoques, e a maior participação do petróleo importado na carga processada nas refinarias e do derivado importado no mix das vendas.
A receita de vendas da petroleira somou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,4% na comparação anual e avanço de 3,9% versus o trimestre anterior.
Dividendos da Petrobras
Apesar do prejuízo líquido, a Petrobras informou nesta quinta-feira que o pagamento de dividendos intercalares e intermediários e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 13,57 bilhões, equivalentes a 1,05320017 real por ação ordinária e preferencial em circulação.
Para o pagamento, a companhia utilizará R$ 6,4 bilhões da reserva de remuneração do capital, resultando em um saldo remanescente de R$ 15,5 bilhões nesta reserva.
A Petrobras disse que a distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões) e resultado positivo acumulado, a estatal deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.