Petrobras (PETR4): Reajuste da gasolina aumenta percepção de risco, diz Ativa
Medidas semelhantes ao novo ajuste da gasolina anunciado pela Petrobras (PETR3;PETR4) nesta terça-feira (19) aumentam a percepção de risco do mercado sobre a empresa, afirma a Ativa Investimentos.
A Petrobras informou que irá reduzir em R$ 0,20 o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras a partir de amanhã. Com isso, o valor passará de R$ 4,06 para R$ 3,86.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba.
Na avaliação da Ativa, a ação aumenta a defasagem frente aos preços internacionais, o que acaba sendo negativo para as finanças da Petrobras.
“Sob um galão no Golfo a US$ 3,11, o litro a US$ 0,82 (R$4,43) e o dólar a R$ 5,39, a defasagem atual por parte dos R$ 4,06 cobrados pela companhia nas refinarias chegava a 9,5% em comparação aos preços do Golfo. Com a queda proposta, nosso modelo aponta que a defasagem aumentaria para 14,7%, mantidos os preços atuais no Golfo e a atual relação cambial”, afirma a corretora.
Ainda assim, a Ativa vê como suficiente (pelo menos, por ora) a estratégia atual da Petrobras de seguir utilizando fatores de utilização acima de 90% e adensando suas operações em exploração e produção de óleo e gás para absorver os impactos desta queda nos preços.
Primeiro corte em 2022
Segundo a Petrobras, a redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina.
Esse é o primeiro corte realizado pela companhia em 2022 e retoma o patamar médio de preços das refinarias praticado entre maio e junho.
O último reajuste da gasolina foi realizado em junho, quando a Petrobras, sob comando de José Mauro Coelho, anunciou um aumento de 5,18%. Na ocasião, a empresa também aumentou o preço do diesel em 14,26%.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que a Petrobras, com o novo presidente, Caio Paes de Andrade, empossado há três semanas, vai “achar seu rumo agora”.
A poucos meses das eleições de outubro, Bolsonaro continua fazendo pressão para que a Petrobras reduza os preços na bomba.
Nesta terça, Bolsonaro se mostrou confiante de que Paes de Andrade vai melhorar as conversas entre a estatal e o governo.
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