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Petrobras (PETR4) prevê venda de novos lotes de Diesel R5 em 2023 e expansão da produção

23 nov 2022, 13:39 - atualizado em 23 nov 2022, 13:39
Petrobras
A unidade tem capacidade de coprocessamento de 114 mil toneladas/ano de matéria-prima renovável (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

A Petrobras (PETR4) planeja oferecer em 2023 novos lotes de seu Diesel R5, combustível com 5% de conteúdo renovável de origem vegetal, após ter concluído neste ano testes com o produto e identificado interesse do mercado, disse em nota a petroleira nesta quarta-feira.

A companhia também afirmou planejar expandir a produção do diesel com conteúdo renovável para outras refinarias no Sudeste e, futuramente, ter uma unidade dedicada para o processamento da matéria-prima vegetal.

“Até 2026, serão investidos 600 milhões de dólares com esse objetivo, através do Programa BioRefino”, disse em nota o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.

As afirmações foram publicadas após decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia, na segunda-feira, ter aberto caminho para que o novo combustível seja considerado na mistura obrigatória de biodiesel no diesel comum vendido nos postos.

Mas o tema ainda enfrenta alguns desafios. A venda do produto e a inclusão na mistura obrigatória dependem de regulamentação da agência reguladora ANP, que atualmente não considera o combustível um biodiesel.

Além disso, a inclusão do novo diesel da Petrobras nos mandatos de mistura obrigatória tem enfrentado forte resistência da indústria produtora de biodiesel, que considera o combustível testado pela estatal como um outro tipo de produto que não poderia ser elegível à mistura.

A produção do Diesel R5 da Petrobras ocorre a partir do coprocessamento de óleo de soja refinado com óleo diesel fóssil. Atualmente, a tecnologia apenas está disponível na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) da petroleira em Araucária, no Paraná.

A unidade tem capacidade de coprocessamento de 114 mil toneladas/ano de matéria-prima renovável.

Os testes, realizados entre março e setembro, segundo a Petrobras, mostraram que o produto pode ser usado em motores projetados para óleo diesel sem necessidade de alterações. Também comprovou a redução de emissão de gases do efeito estufa, disse a empresa.

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Testes

Durante a fase de testes, quatro ônibus foram abastecidos com aproximadamente 100 mil litros de Diesel R5, distribuídos em três rotas distintas em Curitiba (PR). Os trabalhos foram conduzidos pela Petrobras, Vibra Energia, Mercedes-Benz, URBS (órgão que gerencia o transporte coletivo e comercial em Curitiba), além da Autoviação Redentor.

“O Diesel R5 rodou com confiabilidade e bom desempenho. Não foram observados problemas como entupimento de filtros, depósitos no sistema de injeção ou perda de potência dos motores. Em relação ao consumo, o novo combustível não apresentou diferenças quando comparado com o óleo diesel mineral”.

Após os testes de frota, a companhia realizou a venda de um primeiro lote de Diesel R5 no fim de setembro para avaliar a receptividade do mercado, com um volume de 1.500 m³, dos quais a Vibra comprou 900 m³.

(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista recente à Reuters, o analista de produtos, especialista em qualidade de produtos B2B da Vibra Julio Cesar Laurentino Alves disse ver demanda crescente para o produto, em meio a buscas do mercado para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Segundo a petroleira, em toda a cadeia, o Diesel R5 produzido para o teste evitou a emissão de uma tonelada de CO2 equivalente a cada 9,5 mil litros consumidos, aproximadamente, quando comparado com o óleo diesel mineral.

Para comercializar o produto, a Vibra realiza a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação atual. Além disso, tem conseguido autorizações pontuais da reguladora ANP para cada venda.

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