Petrobras (PETR4): Pressão por redução de preços deve perder força

A alta do petróleo nos últimos dias diminui a pressão para que a Petrobras (PETR4) reduza o preço dos combustíveis em meio a baixa popularidade do governo, dizem analistas.
Em tese, com a política atual de preços a estatal deveria segurar por mais tempo as flutuações do petróleo no mercado internacional, mas analistas apontam uma pressão maior sobre a empresa quando a commodity está em queda.
“Como o preço está voltando a subir, esse é um assunto [reduzir o preço] que deve perder força, mas seguirá no radar do mercado“, disse o analista Ruy Hungia, da Empiricus Research.
“O preço está mais próximo do topo das bandas — podendo até ter ficado acima por alguns dias — o que abre espaço para um reajuste. No entanto, a empresa costuma demorar para repassar os ajustes e o petróleo voltou a subir um pouco, o que provavelmente trouxe os preços de volta para dentro da banda”, disse.
O petróleo tipo Brent subiu 0,7% ontem e avançava 0,3% nesta terça-feira (18), acima dos US$ 70 – sendo que em novembro passado a estatal previa a commodity a US$ 83. Desde o início de fevereiro o petróleo ainda acumula uma baixa de 4,6%.
O último reajuste anunciado pela Petrobras foi um aumento para o diesel, em 31 de janeiro.
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No domingo (16), o Itaú BBA emitiu um relatório estimando que o diesel vendido pela Petrobras estava até então 9% acima Preço de Paridade de Importação (PPI), mas ponderou que companhia buscaria uma visão mais clara dos preços internacionais antes de tomar uma decisão de ajuste de preços.
Na hipótese de uma redução dos preços, o impacto para a empresa pode ser a redução de lucros, diz Tales Barros, diretor de renda variável na W1 Capital.
Já o analista da Empiricus Research frisa que o problema maior seria reduzir os preços “na marra”. “Não seria esse o caso”, diz.