Petrobras (PETR4): Presidente anuncia tratamento contra câncer; apesar de limitações, segue no cargo

O atual presidente da Petrobras (PETR4), Caio Paes de Andrade, informou aos colaboradores da empresa que iniciou tratamento para combater um câncer. Apesar das limitações impostas, Andrade segue no cargo.

A doença é um carcinoma de cabeça e pescoço chamado epidermide, que é um tipo de câncer considerado comum e com altas taxas de cura.

Andrade foi indicado para a presidência da Petrobras por Jair Bolsonaro (PL) em junho, após uma série de trocas na estatal.

Comunicado à empresa

Em comunicado aos colaboradores da empresa, foi afirmado que o executivo “continua trabalhando e despachando normalmente, com algumas limitações para reuniões presenciais e viagens”. Leia na íntegra o comunicado:

“O presidente da Petrobras, Caio Mario Paes de Andrade, informa aos colaboradores da empresa que está iniciando um tratamento de saúde para combater um carcinoma de cabeça e pescoço chamado epidermide, que é relativamente comum e bastante conhecido, apresentando altas taxas de cura.

O tratamento envolve quimioterapia por 12 semanas, em 4 ciclos a cada 3 semanas, seguidos de 7 semanas de radioterapia de consolidação. Caio está sob os cuidados da equipe do Dr. Fernando Maluf, do Hospital Albert Einstein, um dos centros mais reconhecidos de tratamento oncológico do mundo.

O presidente continua trabalhando e despachando normalmente, com algumas limitações para reuniões presenciais e viagens”.

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A dança das cadeiras na Petrobras

Caio Paes de Andrade foi indicado para o comando da petroleira após a saída de José Mauro Coelho, que ficou no cargo 39 dias, batendo um recorde do presidente que ocupou por menos tempo a função desde a criação da empresa por Getúlio Vargas, em 1953.

A mudança no comando da empresa foi a terceira, durante o mandato do atual presidente da república. Já passaram pela estatal Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Ferreira Coelho e agora Caio Mario Paes de Andrade.

A alteração no posto aconteceu próximo a um novo reajuste nos preços da gasolina. Já que, em pleno ano eleitoral, o candidato a reeleição busca priorizar uma política de manutenção dos preços do combustível.

Vale lembrar que a Petrobras é uma empresa de capital misto, e o governo não pode mandar diretamente na decisão sobre os preços, mas pode mudar o conselho e o presidente. Consequentemente, mudam a diretoria e o passo seguinte é a mudança na política de preços.

Requisitos para ser presidente da estatal

Na época da indicação, a falta dos requisitos básicos no currículo de Andrade gerou dúvidas ao mercado.

Andrade tem carreira no setor de informática, e estava à frente da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia antes de assumir a cadeira na Petrobras.

O estatuto da petroleira exige que o presidente tenha notório conhecimento e formação acadêmica compatível com o cargo.

Conforme decreto assinado pelo governo de Michel Temer, deve ter ao menos 10 anos de experiência na área de atuação da estatal; ou quatro anos em função de confiança em empresa de porte equivalente; ou como docente ou pesquisador de nível superior na área de atuação da empresa. 

Além disso, é preciso ter ao menos quatro anos de atuação como profissional liberal em atividade vinculada à área da Petrobras. Requisitos que Andrade não tem.

Mas, segundo comunicado de maio do Ministério de Minas e Energia, “o indicado reúne todas as qualificações para liderar a companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe”.

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