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Petrobras (PETR4) pode cortar dividendos no próximo dia 11, diz Itaú BBA; veja 3 possíveis cenários

04 maio 2023, 16:58 - atualizado em 04 maio 2023, 16:58
Petrobras, dividendos
Política de dividendos da Petrobras tem sido alvo críticas no governo Lula (Imagem: Bloomberg)

A política de dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) deve ser alterada apenas no segundo semestre de 2023, afirma a equipe do Itaú BBA. Entretanto, segundo os analistas, isso não impede que a estatal corte os proventos relativos ao primeiro trimestre deste ano.

Eles lembram que a atual política de proventos da companhia não consta no estatuto. Ou seja, a Petrobras pode optar por deixar de seguir esta regra, sem a necessidade de prévia alteração estatutária ou anúncio de nova regra, explicam.

Os analistas explicam que a elaboração de um novo plano estratégico serve de precedente para mudança nos dividendos. O processo é longo e pode levar meses para ser preparado antes da aprovação do conselho, além de envolver diferentes áreas da estatal, pontuam.

“O plano revisado deve ser anunciado no segundo semestre, com novas diretrizes voltadas para uma expansão em refino e renováveis, e provavelmente novas diretrizes para pagamento de dividendos”, afirmam.

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Dividendos no 1T23

Como a Petrobras pode alterar os dividendos relacionados aos resultados do 1T23 sem necessidade de alteração na política, o Itaú BBA enxerga três possíveis cenários, que podem se concretizar com o anúncio do balanço no próximo dia 11.

A estatal pode:

  1. Suspender o pagamento trimestral de dividendos e anunciar que levará mais tempo para discutir uma nova política;
  2. Manter um pagamento trimestral, mas com base em um payout ratio definido do lucro líquido. De acordo com os analistas, poderia ser desde o mínimo legalmente exigido de 25% até um percentual maior, como 40%;
  3. Manter um pagamento trimestral com base na atual política de dividendos.

Crítica aos dividendos da Petrobras

Desde a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a política de dividendos da Petrobras tem sido alvo críticas.

O governo afirma que a companhia deveria priorizar uma estratégia de alocação de capital focada em novos projetos e investimentos, especialmente na expansão da capacidade de refino e renováveis, ao invés de devolver o excesso de caixa aos acionistas.

Os analistas do BBA acreditam que agora a mudança na regra passou a fazer parte da agenda. Isso aconteceu após a eleição de um novo conselho de administração e substituição dos membros da comissão executiva da estatal.