Petrobras (PETR4): Percepção de risco está maior, mas há capacidade de dividendos volumosos, vê BTG
O mercado reage bem às falas da nova CEO da Petrobras, Magda Chambriard, na noite de segunda-feira (27), com PETR3 e PETR4 operando em alta no pregão desta terça (28). Por volta de 11h55, as ações subiam 2,07%, a R$ 39,50, e 2,62%, a R$ 37,98, respectivamente.
Na primeira entrevista que concedeu após assumir o cargo, Chambriard afirmou que a empresa irá respeitar os interesses de acionistas majoritários e minoritários e que, se a companhia dar lucro, irá pagar os dividendos.
Vale lembrar que o tema dividendos da Petrobras foi motivo de alvoroço no primeiro trimestre deste ano, quando, em um primeiro momento, a estatal reteve a parcela de extraordinários — posteriormente, 50% do montante foi pago aos acionistas.
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A demissão de Jean Paul Prates do comando da petrolífera acendeu sinal amarelo em relação à mudanças que podem impactar o rumo da Petrobras e de seus proventos, dessa forma, Magda Chambriard vem sendo observada de perto pelo mercado.
Pedro Soares e a equipe do BTG Pactual apontam que, em muitos aspectos, a nova CEO sugeriu uma estratégia semelhante à seguida nos últimos anos, onde a coerência econômica prevalecerá e os investimentos em negócios que vão além do principal motor de valor da empresa não sacrificarão a rentabilidade.
“Mas reconhecemos que a percepção de risco está maior do que há alguns meses e que os investidores devem ficar atentos aos temas relativamente novos levantados por ela (mais abaixo). No entanto, a nossa postura construtiva em relação ao nome baseia-se na capacidade da empresa de continuar distribuindo dividendos volumosos”, avaliam.
O BTG segue com indicação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 49.
BTG vê novas mensagens no discurso de CEO da Petrobras
Em relação aos novos — e mais controversos — tópicos, os analistas do BTG destacam o plano para proporcionar maiores oportunidades para a indústria local, investimentos em fertilizantes e aceleração do capex, o que poderia reduzir o ROIC (retorno sobre capital investido) futuro da empresa.
A equipe do BTG também chama a atenção para antigas diretrizes reafirmadas pela CEO:
- a atual política de preços de combustível para evitar a volatilidade passageira não deve ser alterada;
- os investimentos em refinarias permanecerão em vigor e fusões e aquisições estão em estudo;
- a transição energética continuará como parte da estratégia da empresa.
Os analistas apontam a ênfase dada por Chambriard na importância de realizar isso ao mesmo tempo em que explora e produz nos reservatórios de petróleo e gás do Brasil, incluindo a margem Equatorial. Para o BTG, isso deve ser bem-recebido, pois avaliam o segmento de exploração e produção (E&P) como o principal direcionador de valor da empresa.
“Continuamos compradores de Petrobras. Mesmo assumindo potenciais fusões e aquisições e sem dividendos extraordinários (um cenário que parece improvável), os rendimentos de dividendos de 11% em 2024 e 2025 continuam acomodando os riscos da tese de investimento”, defende o BTG.