Petrobras (PETR4): Pagamento de dividendos parece ameaçado, diz BTG
O mercado não deve ficar muito otimista com os dividendos anunciados pela Petrobras (PETR4) porque o pagamento dos proventos parece ameaçado, disse o BTG Pactual nesta quinta-feira (2).
“A futura administração provavelmente reduzirá os pagamentos a níveis bem abaixo do atual”, afirmou o banco em relatório assinado por Pedro Soares e Thiago Duarte.
Na véspera, a estatal informou 35,8 bilhões em dividendos (US$ 6,9 bilhões, enquanto o BTG esperava por US$ 5,6 bilhões).
“O movimento reforça o foco da atual gestão (que será substituída em breve) em distribuir boa parte da geração de valor da empresa com seus acionistas”, disse o BTG.
No entanto, o conselho de administração da Petrobras recomendou a criação de uma reserva estatutária usando R$ 6,5 bilhões (US$ 1,3 bilhão) do valor total de R$ 35,8 bilhões – ou seja, o valor que excede a política atual de distribuição de pelo menos 60% do FCF menos capex.
“Caso a constituição da reserva não seja aceita, o pagamento será feito, possivelmente, apenas em dezembro“, pontuaram os analistas do BTG.
“Como o governo controla a Petrobras, é possível que esse valor não seja pago, levando a uma redução no pagamento total para ‘apenas’ R$ 29 bilhões (US$ 5,7 bilhões), ou 9% de rendimento”.
Os analistas afirmam que ainda não dá para descartar a criação de um fundo de estabilização de preços subsidiado pelos dividendos da Petrobras – o que, avaliam, alinharia melhor os interesses do governo e dos minoritários. “Mas achamos que essa é uma possibilidade altamente arriscada e especulativa”.
Eles disseram não ver o momento atual como um ponto de entrada atraente, tendo em vista a projeçaõ de payout de 30% em 2023, rendendo 11%, abaixo da média recente de 20-25%.