Comprar ou vender?

Petrobras (PETR4): Possível recompra de refinaria pode limitar dividendos extraordinários, vê Goldman

18 jul 2024, 13:27 - atualizado em 18 jul 2024, 15:36
(Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Uma possível recompra da refinaria de Mataripe, na Bahia, poderia trazer impactos para a Petrobras (PETR4), discorrem analistas.

Na última quarta-feira (17), o Broadcast informou que a empresa estuda recomprar o complexo, que foi vendido em 2021 durante o Governo Bolsonaro. Ao todo, a Acelen, que é controlada pelo fundo Mubadala, pagou US$ 1,65 bilhão à época.

Para o Bradesco BBI, o valor da refinaria gira em torno de US$ 1,6 bilhão a US$ 2,8 bilhões, o que não inclui investimentos no projeto de biodiesel.  Porém, a corretora explica que a questão chave é se a Petrobras terá permissão para adquirir o controle acionário do ativo.

Isso porque a empresa fez um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para reduzir o seu monopólio no setor.

Já o Goldman Sachs lembra que a Petrobras havia sinalizado na última teleconferência de resultados que esperava concluir os estudos sobre um potencial retorno à Mataripe até o final do primeiro semestre.

Em março, a estatal deu início as discussões de parceria para a aquisição de fatia na refinaria e um projeto em desenvolvimento de uma biorrefinaria integrada.

“Por outro lado, com base nas nossas recentes conversas com investidores, a compra poderia reavivar preocupações com uma potencial intervenção governamental renovada na empresa, uma vez que o atual Governo Federal criticou as vendas anteriores de ativos da Petrobras”, recorda.

O Goldman diz ainda que por mais que o atual plano estratégico da companhia incorpore investimentos adicionais de até US$ 11 bilhões para potenciais fusões e aquisições (e outros investimentos) no ciclo 2024-28, a compra poderia limitar a extensão dos dividendos extraordinários nesse período.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Petrobras: Paul Prates era favor de parceria

O Broadcast recorda que a disputa entre a Petrobras e a Acelen levou a companhia a buscar um acordo de parceria com a estatal.

O ex-CEO Jean Paul Prates era contra a recompra total da refinaria. “Não há nada com a Refinaria da Amazônia. A Reman é da Atem. Assim como Mataripe é do Mubadala”, disse na ocasião.

Apesar disso, Magda Chambriard, durante a sua posse, não descartou a operação. “Se for um bom negócio, por que não?”.