Petrobras (PETR4): O risco para os dividendos extraordinários, segundo bancão
Galinha de ovos de ouro de muitos investidores, a Petrobras (PETR4) atravessará o momento mais desafiador do seu plano estratégico 2024-28, afirma o Santander em relatório. O banco manteve a recomendação neutra, com preço-alvo para as ADRs a US$ 17.
Entre os motivos para manter a ação em neutralidade estão os dividendos. Segundo os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, que assinam o relatório, o plano, juntamente com outros eventos pontuais de desembolsos de caixa, deverá aproximar a posição de caixa ao seu nível de referência e deixar pouco espaço para dividendos extraordinários em 2025.
A dupla explica que a Petrobras deverá ter uma sequência extensa de lançamentos de navios de exploração, as chamadas FPSO. O risco é que a petroleira ultrapasse o limite máximo da dívida bruta de US$ 65 bilhões, o que teria impacto na política de dividendos baseada no fluxo de caixa livre.
Manter a dívida bruta abaixo deste limite é crucial para a remuneração dos acionistas, uma vez que isso é uma condição necessária para a empresa seguir a sua política de dividendos baseada em fluxo de caixa, conforme sua política de dividendos, aprovada em julho de 2023.
Outras saídas de caixa, como dividendos extraordinários, acordos fiscais e potenciais fusões e aquisições, também poderiam levar a posição para entre US$ 9 bilhões a US$ 10 bilhões, perto da sua referência de US$ 8 bilhões.
“Em nossa opinião, isso deixa pouco espaço para dividendos extraordinários adicionais além dos US$ 4,5 bilhões já previstos para serem pagos no segundo semestre e no primeiro trimestre de 2025”, destaca.
Por outro lado, o Santander nota que a Petrobras tem a possibilidade de aumentar o teto para mais de US$ 65 bilhões, o que permitiria absorver arrendamentos adicionais sem necessariamente precisar reduzir seu endividamento financeiro, “mas isso ainda não está claro para nós neste momento”.