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Petrobras (PETR4): O que esperar da estatal com a saída do CEO

07 dez 2022, 11:23 - atualizado em 07 dez 2022, 13:48
Caio Mario Paes de Andrade
BTG Pactual destacou que Andrade pode deixar a empresa antes das expectativas iniciais. (Imagem: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

A confirmação de que o CEO da Petrobras (PETR4), Caio Paes de Andrade, aceitou convite do futuro governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para compor a equipe do próximo governo paulista é uma lembrança para o mercado das mudanças que estão por vir na estatal.

A empresa não diz até quando o presidente deverá permanecer no cargo, mas o mandato do executivo vai até abril de 2023. Integrantes do governo de transição, segundo a Reuters, gostariam que ele renunciasse antes, para agilizar a troca de comando.

  • O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4)? Por um lado, a petroleira tende a se beneficiar da conjuntura macroeconômica que favorece a alta de commodities, como o petróleo. Por outro, é uma estatal que está à mercê de decisões políticas. Acesse o ‘veredito final’ sobre PETR4 neste relatório gratuito.

Independentemente de quando a troca de comando aconteça, segundo analistas, a mudança deve implicar em uma atuação diferente da Petrobras da que tem sido feita desde o governo Temer, com mais investimentos e uma nova política de preços.

Novo conselho da Petrobras

Para a Ajax Capital, a saída de Andrade potencializa nomeações de novos membros do Conselho – a assembleia acontece na segunda quinzena de fevereiro. A gestora pondera que a política atual de 60% do fluxo de caixa operacional em dividendos pode ser alterada para distribuição de 25% do lucro. 

Em relação aos investimentos, a Ajax comenta que o plano de US$ 78 bilhões pode ser elevado em até 30%, “abordando ainda projetos de menor rentabilidade em refino e renováveis”. “Não se descarta descontos maiores dos preços domésticos comparados aos preços internacionais”, acrescenta.

“Em suma, risco político afasta atratividade do papel. No setor, seguimos com 3R Petroleum (RRRP3)”, indicou a Ajax. 

O BTG Pactual destacou que Andrade pode deixar a empresa antes das expectativas iniciais. “Seu mandato termina em abril e pode-se argumentar que ele não esperará até lá para ingressar no governo de Tarcísio”.

“Um investidor mais otimista poderia argumentar que o fato de Paes de Andrade pretender continuar colaborando durante a transição para a potencial nova equipe de gestão sugere que ele pode esperar e que o novo governo não conseguirá acelerar a mudança de CEO”, comentou.

Para o BTG, mudanças radicais na gestão da Petrobras podem demorar vários meses, mas são “fáceis” de serem feitas. “Ainda recomendamos cautela”, disse o banco em comentário a clientes.

“Supondo que o pagamento de dividendos da empresa caia para o mínimo estabelecido pela legislação (25% do lucro), veríamos a ação negociando com um dividend yield de aproximadamente 10% em 2023 – o que parece caro, com base na pouca visibilidade que temos”, disse.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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