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Petrobras (PETR4): O que a produção do 4T21 diz sobre os dividendos da empresa

10 fev 2022, 16:42 - atualizado em 10 fev 2022, 16:43
Petrobras
Para o Goldman Sachs, a produção da Petrobras já está “bem mapeada” pelo mercado. (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O relatório de produção do quarto trimestre da Petrobras (PETR4), divulgado pela estatal nesta quarta-feira (9), reforçou a tese de um balanço com forte geração de caixa – e, consequentemente, de pagamento de dividendos, disseram analistas nesta quinta (10).

A empresa apresentou uma leve queda na produção de petróleo no Brasil, por conta de paradas programadas em plataformas de alta produção e o início do acordo de coparticipação de Búzios.

No entanto, as refinarias continuaram aumentando as taxas de utilização. Houve ainda alívio na tendência da Petrobras de aumentar as importações de diesel e gasolina, conforme destacaram analistas.

Para o Goldman Sachs, a produção da empresa já está “bem mapeada” pelo mercado, embora as ações da companhia subam nesta quinta na esteira da valorização do petróleo.

“Nós mantemos recomendação de compra e esperamos um dividend yield [rendimento por ação] em 2022 de 30%, mais do que compensando o risco eleitoral”, diz trecho do relatório assinado por Bruno Amorim e João Frizo.

Novo recorde e mais dividendos?

O BTG Pactual levanta a possibilidade de a Petrobras apresentar um novo Ebitda recorde, de US$ 13 bilhões (ou R$ 72 bilhões). ]

O resultado representaria um aumento anual de quase o dobro, refletindo custos de extração de US$ 6,4/bbl e preços realizados com um desconto de 5% em relação ao benchmark, diz.

“O Petróleo tipo Brent continuou avançando no quarto trimestre”, destaca. Para o banco, a commodity em alta, o Real mais fraco e o “mix de produção aprimorado” deve gerar um conjunto “muito forte de resultados”.

A instituição espera uma receita líquida de US$ 24 bilhões para o período (R$ 135 bilhões) e um lucro líquido de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões). “A confortável posição de alavancagem da Petrobras pode significar que dividendos adicionais estejam em andamento”.

“Não ficaríamos surpresos ao ver um pagamento de rendimento de 5%”, diz trecho do relatório assinado por Pedro Soares, Thiago Duarte e Daniel Guardiola.

“Há algum tempo notamos a melhora no sentimento em relação a Petrobras, principalmente após uma maior recorrência de pagamento de dividendos combinada com um tom de gestão consistente e positivo”.

Os destaques de Petrobras (PETR4)

A Petrobras informou que a produção brasileira de petróleo ficou em 2.151Kboed, uma queda de 5,2% na base trimestral. A participação do pré-sal na produção de petróleo do Brasil foi de 74%.

No Refino, transporte e comercialização (RTC) houve queda de 1,1% na produção de derivados de petróleo no trimestre, no primeiro sem o resultado de RLAM (vendida em 30 de novembro).

“Isso ajudou a explicar a taxa média de utilização das refinarias no trimestre foi de 86%, contra 84% no 3T21 e 82% no 4T20”, destacou a XP Investimentos em relatório.

O resultado marcou o segundo ano consecutivo em que a taxa de utilização das refinarias aumentou (média em 2021 de 81%) e representou o maior nível desde 2016.

As vendas de derivados de petróleo no mercado interno no 4T21 foram 5% inferiores às do 3T21, principalmente devido às menores vendas de diesel, GLP (devido à sazonalidade desses produtos) e de óleo combustível (devido ao menor despacho termelétrico no último período).

Por outro lado, as vendas de gasolina aumentaram no 4T21 devido à maior demanda sazonal, e o combustível de aviação aumentou devido à recuperação do mercado de aviação.

Para a XP, um dos focos dos investidores é o aumento da participação de mercado da Petrobras em derivados. “Vemos isso como consequência da política de precificação da estatal de usar a paridade de importação com defasagem temporal”, diz.

Segundo a corretora, ainda há um aumento significativo na comparação anual, embora as importações de derivados de petróleo e a participação da Petrobras nas importações nacionais tenham diminuído na comparação trimestral.

“Em relação aos resultados financeiros, esperamos mais um trimestre sólido de geração de caixa. Durante a teleconferência de resultados, a política de dividendos da Petrobras deve estar em destaque”, afirma trecho do relatório assinado por Andre Vida, Victor Burke e Thales Carmo.

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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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