Petrobras (PETR4): O que pode impedir o pagamento de dividendos extras, segundo o Goldman Sachs
O Goldman Sachs disse nesta terça-feira (8) acreditar que a Petrobras (PETR4) pode anunciar dividendos extraordinários.
Para o banco, caso a estatal decida pagar 100% da geração de fluxo de caixa livre no ano, haverá cerca de US$ 4 bilhões em proventos a mais.
O fluxo de caixa livre é o valor pelo qual o fluxo de caixa operacional de uma empresa excede as necessidades de capital de giro e gastos com ativos fixos.
Caso a decisão se concretize, a Petrobras pagará ao todo cerca de US$ 24 bilhões em dividendos em 2023, aponta o banco em relatório assinado por Bruno Amorim e equipe.
O que pode impedir o pagamento extra
Os analistas do Goldman Sachs ponderam que aquisições podem consumir parte do caixa da Petrobras, o que faria com que a empresa deixasse de anunciar os dividendos extraordinários.
- Lucro do Itaú (ITUB4) bate expectativas do mercado: é hora de comprar as ações e aproveitar os dividendos? Veja a recomendação para o bancão no Giro do Mercado, é só clicar aqui! Aproveite para se inscrever no nosso canal e fique ligado nas próximas lives, de segunda a sexta-feira, às 12h.
“Como referência, caso a Petrobras adquira a Vibra (VBBR3) e a Braskem (BRKM4), a saída total de caixa pode chegar a US$ 9 bilhões”, disse o Goldman Sachs.
O banco acrescentou que a cada US$ 1 bilhão em capex (despesa de capital), haveria um impacto negativo no rendimento de dividendos de cerca de o,5 ponto percentual. Hoje, a projeção do dividend yield está em 23% em 2023.
O Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra da ação, com preço-alvo R$ 40 para PETR4 em 12 meses, o que implica um potencial de alta de 32,5%.
Por que dividendos extras da Petrobras entraram no radar
A própria Petrobras indicou em teleconferência de resultados na semana passada que o resultado extra que eventualmente seja apurado pode ser usado para o pagamento de dividendos extraordinários.
Segundo Sergio Caetano Leite, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da empresa, não há perspectiva de que a companhia vá promover mudança radical na forma de gerir o caixa.
De acordo com o BTG Pactual, em relatório assinado por Pedro Soares e Thiago Duarte, as reservas de lucros da estatal estão se aproximando do máximo permitido por lei. No entanto, disse o banco, a União poderia evitar essa distribuição pontual criando uma reserva estatutária, a ser aprovada em assembleia de acionistas.
Para o Bradesco BBI, no entanto, será difícil justificar a criação de uma reserva estatutária, “a menos que o plano de capex da Petrobras aumente de forma inimaginável ou as finanças da empresa se deteriorem fortemente com uma quebra nos preços do petróleo”.