Petrobras (PETR4): Nova política de preços é ‘blá-blá-blá’, diz Adriano Pires; ‘Voltamos para trás’
A nova política da Petrobras (PETR4), aprovada na manhã desta terça-feira (16), recebeu críticas de Adriano Pires, sócio fundador do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura e um dos maiores especialistas do setor de gás e petróleo do Brasil.
Em seu perfil no Linkedin, o especialista afirmou que o anúncio feito pela empresa é “muito confuso”.
“Não dá para entender de forma clara como serão feitos os reajustes futuros. O fato relevante, no fundo, é só blá-blá-blá. A única coisa que dá para afirmar é que acabou a transparência na determinação dos preços na refinaria”, escreve.
Para ele, quanto mais elementos se usa para determinar o preço dos combustíveis, menos transparência e mais risco para o privado importar. “Aumentou o risco para todos os agentes que atuam no mercado de combustíveis. Parece que querem esconder a realidade. Voltamos para trás”, completa.
Entenda a nova política da Petrobras
A nova estratégia comercial usa como referências o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.
O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, explica a estatal.
No mercado, as ações da Petrobras (PETR4) avançavam mais de 3% nesta terça-feira (16).
Em coletiva de imprensa, o CEO da empresa, Jean Paul Prates, destacou que a estatal não vai se afastar da referência internacional, apenas abandonar a política de paridade de importação.
“Estamos anunciando uma mudança na estratégia comercial da composição de preços e nas condições de venda, em um modelo que maximiza e incorpora vantagens competitivas da Petrobras”, disse.
O analista do BTG Pactual, Pedro Soares, chamou a atenção para o fato de que a Petrobras indicou que levará em conta o custo de produção, o que sugere que não terá perdas em sua operação, e o “custo alternativo do cliente” – o que, segundo o especialista, aponta que a empresa não vai perder participação de mercado.
Com Kaype Abreu