Brasil

Petrobras (PETR4): Nome do indicado para a presidência será avaliado na assembleia de quarta (13)

11 abr 2022, 18:23 - atualizado em 11 abr 2022, 18:23
Petrobras
A Petrobras deve chegar ao seu 40º CEO com a indicação de José Mauro Ferreira Coelho (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Na próxima quarta-feira (13) acontece a Assembleia Geral Ordinária (AGO) de acionistas da Petrobras (PETR3; PETR4). Entre os assuntos discutidos, o nome do próximo presidente da estatal será avaliado.

A troca de comando da estatal foi anunciada no 28 de março, mesmo dia em que Joaquim Silva e Luna foi demitido.

O general era pressionado a deixar o cargo desde o início de março, quando a Petrobras anunciou o reajuste no preço dos combustíveis. A alta veio em um contexto de disparada do barril do petróleo no mercado internacional, resultado do conflito entre Rússia e Ucrânia, que teve início no final de fevereiro e não dá sinais de cessar fogo.

O resultado do aumento dos preços veio escancarado no IPCA de março: o índice subiu 1,62%, maior taxa para o mês desde 1994, antes da implantação do Plano Real.

O maior peso para o índice voltou a ser justamente dos combustíveis, que tiveram alta de 6,70% – após um recuo de 0,47% em fevereiro.

O nome indicado para substituir Silva e Luna foi o de Adriano Pires, economista e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, foi o indicado para presidir o conselho de administração da companhia.

Ambos recuaram e acabaram desistindo. Primeiro Landim, que anunciou no dia 3 que não assumiria o cargo porque precisava dedicar mais tempo ao clube carioca.

Um dia depois, na segunda-feira (4), foi a vez de Adriano Pires entregar uma carta ao Ministério de Minas e Energia dizendo que não poderia conciliar seu trabalho de consultor com o exercício de presidência da Petrobras.

O economista possui investimentos em empresas de gás e petróleo, o que foi apontado pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) como conflito de interesses caso ele assumisse a cadeira de CEO da estatal.

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Novo indicado

Dois dias depois, na noite de quarta-feira (6), o governo anunciou os dois novos indicados. José Mauro Ferreira Coelho foi o nome escolhido para presidir a Petrobras.

Coelho é presidente do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA) e foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia até outubro do ano passado.

Para o cargo de presidente do conselho de administração da companhia, posição que seria ocupada por Landim, o governo indicou Marcio Andrade Weber, engenheiro civil e ex-funcionário da estatal.

Os nomes serão analisados na próxima quarta-feira (13), dia da assembleia, quando podem ser aprovados. O banco de investimentos UBS BB elogiou a indicação Weber para o cargo.

“Vemos que o Sr. Weber pode contribuir para a continuidade da estratégia da Petrobras e proporcionar alguma estabilidade em um período de mudanças, principalmente antes das eleições”.

O banco também destaca que José Mauro Coelho traz uma longa experiência no setor de energia e, ainda assim, tem “experiência corporativa limitada”.

Coelho será o terceiro presidente da Petrobras no governo de Jair Bolsonaro (PL). Antes de Joaquim Silva e Luna, o cargo era ocupado por Roberto Castello Branco, que havia sido uma indicação do ministro Paulo Guedes.

A sua demissão veio em um contexto semelhante ao de Silva e Luna hoje: o presidente da República acreditava que a estatal não estava sendo conduzida da melhor maneira justamente por conta da série de aumentos no preço dos combustíveis.

Petrobras deve chegar ao seu 40º CEO com a indicação de José Mauro Ferreira Coelho. Com isso, a média é de um presidente da estatal a cada 1,7 ano, em 68 anos de existência da empresa.