Petrobras (PETR4): No pior dos mundos, retornos de dividendos serão acima de 10%, diz gestor
A Petrobras (PETR4) sofre mais uma pancada nesta quarta-feira (14) após aprovação relâmpago de uma mudança na Lei das Estatais.
O dispositivo foi aprovado no governo de Temer e colocou uma série de medidas para proteger a governança das empresas. Uma delas diz respeito à nomeação de políticos para o cargo de presidente.
Há a necessidade de uma quarentena de 36 meses para a nomeação de pessoas ligadas à campanhas políticas. Porém, o texto aprovado na Câmara nesta terça diminui o prazo para 30 dias – o que abre espaço para Aloizio Mercadante no BNDES.
As mudanças precisam do apoio dos senadores antes que possam ser sancionadas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que os líderes partidários estão debatendo se colocarão o projeto em votação ainda na quarta-feira. O clima no Congresso sugere uma rápida aprovação da proposta, apesar de sua polêmica.
De acordo com o Luiz Fernando, CEO e sócio da Financap, em entrevista ao Money Times, a mudança na lei terá impacto real na companhia. “Ficamos surpresos com a rapidez. Mas todos os pronunciamentos do governo iam nessa linha. A lei foi uma das grandes medidas desde o governo Temer. É frustrante”, diz.
Mesmo assim, o gestor ainda possui Petrobras na carteira, apesar de ter diminuído a posição nos últimos meses em função dos riscos políticos. “Diminuímos muito Petrobras, mas está depreciada. Não é um processo rápido que vai mudar a empresa“, pondera.
Ele diz ainda que “é possível que mesmo com a mudança da lei, as decisões não sejam prejudiciais”. “É ruim, mas não é condição necessário para deterioração”, coloca.
Por volta das 14h30, a ação preferencial da empresa despencava 9,35%, enquanto a ordinária tombava 10,84%.
Dividendos da Petrobras
Na visão de Luiz, da Financap, a política de dividendos da atual gestão deverá se manter até, pelo menos, o próximo ano.
No entanto, mesmo se a companhia optar por pagar o mínimo obrigado por lei, que é de 25%, o retorno estimado em dividendos seria acima de 10% nos preços atuais.
“A ação está muito barata, mesmo considerando os riscos”, completa.
A visão vai ao encontro dos cálculos do JPMorgan. Em relatório, o banco diz que Petrobras irá gerar um caixa de US$ 17 bilhões em 2023, ou rendimento de dividendos de 23%.
Trata-se de uma redução de 54% ante os US$ 37 bilhões desde ano, mas ainda grande comparado com outras companhias.
Mesmo com a cifra, o JP não recomenda compra em Petrobras, com indicação de neutralidade.
Com Bloomberg