Política

‘Petrobras (PETR4) não pode fazer política partidária’, diz Joaquim Silva e Luna durante seminário

29 mar 2022, 13:15 - atualizado em 29 mar 2022, 13:15
General Silva e Luna
Joaquim Silva e Luna deixa o comando da Petrobras após ser fritado por conta dos altos preços dos combustíveis (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

De saída do comando da Petrobras (PETR3, PETR4), o general Joaquim Silva e Luna afirmou nesta terça-feira (29) durante seminário no Superior Tribunal Militar (STM) que a estatal não pode fazer “política pública e muito menos política partidária”.

Sua demissão foi anunciada na noite de segunda-feira (28) pelo Ministério de Minas e Energia. No entanto, a saída do general, que era “fritado” em Brasília desde o anúncio da alta dos combustíveis, já era ventilada desde o início do mês.

Silva e Luna negava a possibilidade de pedir para sair, afirmando que por sua formação militar “morre junto na batalha e não deixa a tropa sozinha”.

Durante o seminário, o ex-CEO afirmou que a estatal não pode simplesmente baixar os preços dos combustíveis por iniciativa própria, já que deve obedecer os valores praticados no mercado internacional. A política de paridade foi estabelecida durante a gestão de Temer.

“Por que não baixa preço do petróleo, por que não faz política pública? Por causa disso, porque é lei. Petrobras é empresa pública, classificada como economia mista. Em termos de legislação, são quatro leis. A Constituição diz que ela deve atuar como empresa privada. Lei do petróleo diz que ela deve praticar preço do mercado”, declarou.

Troca-troca na Petrobras

Joaquim Silva e Luna assumiu a cadeira de CEO da Petrobras há quase um ano, quando substituiu Roberto Castello Branco, também demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Castello Branco havia sido uma indicação de Paulo Guedes para a Petrobras. Sua saída também ocorreu por críticas do presidente quanto à forma como a empresa estava sendo conduzida na época, também em um contexto de aumento nos preços dos combustíveis.

O reajuste mais recente da Petrobras, feito em meio à alta da cotação do petróleo, elevou em 25% os preços do diesel em suas refinarias e em 19% o valor da gasolina.

Após a queda do preço do barril, a estatal começou a ser pressionada a baixar os preços — especialistas ponderam, no entanto, que os valores ainda estão defasados. Ou seja, ao menos no médio prazo, é muito difícil que os preços caiam.

O mais recente levantamento de preços realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostrou que o litro da gasolina comum pode ser encontrada por até R$ 8,949 no país.

Isso porque além da agência levantar o preço médio dos combustíveis nos Estados, também apura quais são os preços mínimo e máximo encontrados nos postos brasileiros.

O preço médio do litro da gasolina comum no país é hoje de R$ 7,210. O Estado com o combustível mais caro segue sendo o Piauí, que lidera o ranking com um prédio médio de R$ 8,071, seguido pelo Rio Grande do Norte (R$ 7,857) e pelo Rio de Janeiro (R$ 7,694).

O nome cotado para substituir Joaquim Silva e Luna é o do economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Ele foi indicado pelo governo para assumir a presidência da estatal, tendo ao seu lado Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, este na presidência do Conselho de Administração.

A troca, no entanto, só passa a valer na assembleia de acionistas, marcada para o dia 13 de abril.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar