Combustíveis

Petrobras (PETR4) não deve subir os preços após as eleições; entenda

21 out 2022, 10:50 - atualizado em 21 out 2022, 10:50
Biodiesel
Petrobras ainda tem tempo para esperar pela consolidação da necessidade de altas. (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Os combustíveis vendidos no Brasil seguem defasados em relação ao mercado internacional. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina está 8% mais barata e o diesel, 6%.

Para atingir a paridade internacional, a Petrobras (PETR3; PETR4) precisaria elevar o litro da gasolina em R$ 0,28, enquanto o diesel deveria subir R$ 0,31.

Os preços no mercado nacional estão em defasagem desde o dia 29 de setembro. O motivo é a queda de braço entre o governo americano e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+).

Enquanto os Estados Unidos tentam controlar a inflação – puxada, principalmente, pelos custos de energia –, o cartel planeja cortar a sua produção nos próximos meses. A redução da oferta vem pressionando o preço do petróleo, que está acima dos US$ 90, o barril.

No entanto, Pedro Rodrigues, diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), aponta que a Petrobras não deve reajustar os preços tão cedo – e o motivo não são as eleições.

“A gente ainda não está em um cenário de afirmar que a Petrobras está segurando o preço por causa das eleições. Existem argumentos técnicos para manter o preço e, basicamente, essa é uma decisão comercial”, afirma.

Ele relembra que, em 2016, o então presidente da estatal, Pedro Parente, optou pelo reajuste diário porque os preços estavam estáveis. Já o General Joaquim Silva e Luna ficava muitos dias sem anunciar um reajuste no ano passado, porque a volatilidade estava muito alta.

“Para o consumidor, o importante é ter uma previsibilidade. Não adianta subir 5% em um dia, para precisar baixar 5% no outro”, destaca.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também não espera por grandes mudanças nos preços da Petrobras ao longo do ano.

Para ele, o timing de reajustes em vigência na política de paridade de preços permite que a companhia aguarde uma consolidação da necessidade de altas.

“Fato é que a Abicom aponta defasagem entre 7% e 12% ao longo dos últimos 10 dias, indicando uma consistência na necessidade de reajuste. Estimamos que haveria a necessidade de alta da gasolina no Brasil ao redor de +10%, entretanto não contemplamos em nossas perspectivas elevações deste combustível ao longo deste ano”, afirma.

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