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Petrobras (PETR4) joga pressão no etanol, enquanto usinas repassam preços com ‘dias contados para vantagem’

11 jul 2024, 11:50 - atualizado em 11 jul 2024, 12:14
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Os preços do etanol tem espaço para aumentar, seja por repasses das usinas, como via margem; paridade do biocombustível deve crescer (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

Na segunda (8), a Petrobras (PETR3PETR4) anunciou o seu primeiro reajuste no preço da gasolina desde que Magda Chambriard assumiu a gestão da estatal. Segundo a empresa, o litro da gasolina aumentará R$ 0,20, a R$ 3,01 — um reajuste de 7,11%

Segundo Marcelo Bonifácio, analista da StoneX, os preços de etanol já subiam mesmo antes do ajuste da gasolina, já que a demanda está muito forte.

“Os volumes de saídas (vendas) de etanol por parte das usinas está muito elevado – registrando uma média quinzenal de vendas no mercado interno de quase 930 mil litros por quinzena (nas 5 primeiras), um ritmo recorde para o começo de safra”, explica.

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Apesar da virada de safra ter ocorrido em meio a estoques de passagem recordes, a oferta não está conseguindo crescer no mesmo ritmo do consumo, e por isso, os estoques já normalizaram e voltaram para as médias.

“Com o aumento da gasolina pela Petrobras, o etanol tem mais um fator de alta relevante, e assim as usinas negociam em patamares ainda maiores nessa semana, o que deve sim ser repassado aos postos”.

Preços do etanol seguem escalada

Entre 3 de maio até 5 de julho, o indicador do etanol hidratado Cepea/Esalq avançou 8,02%, passando de R$ 2,3422 para R$ 2,5337 por litro.

Nas últimas quatro semanas, o preço do anidro (misturado na gasolina) e o hidratado estão em alta no mercado spot do estado de São Paulo.

Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), além da demanda aquecida pelo biocombustível, que se mostra competitivo frente à gasolina C, agentes de usinas seguem firmes nos valores pedidos em novos fechamentos.

Também contribuem para sustentar as cotações, conforme pesquisadores do Cepea, o elevado valor do açúcar no mercado internacional e o dólar, à medida que esse cenário tende a levar usinas a direcionarem um maior volume de cana-de-açúcar à produção do alimento em detrimento do biocombustível.

De 1º a 5 de julho, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou em R$ 2,5337/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), aumento de 2,72% frente ao do período anterior. Para o anidro, a alta foi de 6,32%, com o Indicador a R$ 2,9077/litro (líquido de PIS/Cofins).

Ainda valerá a pena abastecer com etanol?

O analista de açúcar e etanol da StoneX ressalta que os preços do etanol na ponta final vinham em um ritmo lento de alta, possivelmente pela queda das margens pelas distribuidoras ou pelos postos, com isso, a diferença entre os preços nos postos e usinas diminuiu.

“O preço na bomba tem espaço para aumentar tanto via repasse dos preços usina, quanto via margem. Esperamos uma trajetória de alta para paridade daqui para frente, que pode ser mais intensa a partir de setembro/outubro com a entrada da entressafra de cana. Apesar da alta, o biocombustível deve continuar mais atrativo em relação à gasolina em alguns polos, como em SP, que está em 65%. Mas essa vantagem pode estar com dias contados”, resume.

Até semana passada, com base nos preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natual e Biocombustíveis (ANP), era mais vantajoso abastecer com etanol em 8 estados (Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo) e no Distrito Federal. O biocombustível é mais vantajoso que a gasolina quando ele custa até 70% do combustível fóssil.

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