Petrobras (PETR4): Jean Paul Prates nega intervenção na política de preços e ação dispara
As ações da Petrobras (PETR4), que iniciaram o dia em queda, dispararam após Jean Paul Prates, futuro CEO da estatal, negar que vá interferir na política de preços.
Por volta das 14h54, os papéis ordinários subiam 3,58%, a R$ 23,14.
“Nós vamos criar a nossa política de preços para os nossos clientes, para as pessoas que compram da Petrobras. A gente não pode influenciar. Se eu dissesse que a Petrobras controla o preço a ponto de afetar totalmente o mercado nacional, eu estaria reconhecendo uma coisa que eu sou contra dizerem, que a Petrobras é monopólio de refino, que domina o mercado. Não é verdade. Mercado é aberto, importação está aberta, a Petrobras tem como concorrente todas as refinarias do mundo”, afirmou em entrevista à jornalistas.
“Com certeza foi isso que puxou Petrobras”, afirmou o gestor de uma empresa ligada a previdência complementar, com sede no Rio de Janeiro.
Informações publicadas pela Agência Estado/Broadcast atribuídas a Prates também foram citadas pelo diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, notadamente a afirmação do CEO de que não irá revogar o mercado e que todo preço tem influência da oscilação internacional.
“A afirmação de Prates de que os preços serão de mercado com influência da oscilação internacional ao invés de um preço ‘abrasileirado’ como sugerido anteriormente deu grande alivio ao preço das ações da Petrobras’, afirmou.
“Não é exatamente uma novidade, mas hoje o mercado acreditou mais”, acrescentou, destacando que o movimento ocorre mesmo em meio ao declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior, com o contrato Brent caindo mais de 4%.
Campos ainda ressaltou que parece que houve uma ação conjunta de membros do governo de ir devagar nas afirmações heterodoxas, incluindo a declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que o governo não está avaliando neste momento revisão de reformas anteriores, incluindo a da Previdência.
Novo CEO
O senador Prates segue para se tornar o próximo presidente-executivo da Petrobras em um momento em que os investidores estão preocupados com uma maior interferência política na gigante do petróleo.
Na terça-feira, o governo indicou Prates oficialmente para o conselho de administração da Petrobras, passo necessário para assumir o cargo de CEO.
Então, na quarta-feira, Caio Mario Paes de Andrade renunciou formalmente à presidência e à sua vaga no conselho da estatal para assumir um cargo no novo governo do estado de São Paulo.
A renúncia de Andrade permite que o atual conselho de administração da empresa, onde a maioria dos membros foi indicada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, escolha um CEO sem a realização de uma assembleia de acionistas.
A única etapa necessária é que Prates seja liberado pelos comitês internos da Petrobras, o que pode levar semanas.
O diretor executivo de desenvolvimento de produção, João Henrique Rittershaussen, atuará como CEO interino enquanto isso, de acordo com comunicado.
Com Bloomberg e Reuters