Petrobras (PETR4): Itaú BBA atualiza estimativas em meio ao alvoroço dos dividendos; veja o que fazer com a ação
O Itaú BBA atualizou suas estimativas para a Petrobras (PETR4), em meio ao alvoroço gerado pela decisão do conselho da companhia de não pagar dividendos extraordinários. A casa elevou o preço-alvo de R$ 38 para R$ 43 ao término de 2024. A recomendação, no entanto, permanece neutra.
A analista Monique Greco e equipe, que assinam o relatório, explicam que, após conversa com dezenas de investidores locais e estrangeiros sobre a recente notícia, entendem que a maioria provavelmente passará a considerar os dividendos ordinários para avaliar a atratividade dos papéis da estatal.
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Nesse sentido, os analistas voltam aos fundamentos para avaliar o potencial de geração de caixa da empresa nos próximos anos. Eles apontam que as previsões de produção de petróleo da Petrobras para o Plano Estratégico 2024-28 foram um dos principais temas de discussão no início deste ano.
“Os atuais níveis de produção da empresa já ultrapassam as previsões para os próximos dois anos, o que levou muitos investidores a mostrarem-se céticos em relação às previsões fornecidas pela companhia no plano, alegando que a empresa está sendo conservadora nas suas estimativas”, ponderam.
O que esperar da Petrobras?
A equipe do BBA explica que estudou cada um dos FPSOs (navio-plataforma que produz, armazena e transfere petróleo e gás) que entraram em operação a partir de 2010 e seus dados históricos de produção para entender os padrões da curva de produção de cada um deles.
Ainda, buscaram estimar a visão da corretora sobre a curva de produção potencial da Petrobras e entender quão positiva poderia ser a assimetria para os próximos anos.
“A assimetria parece estar inclinada para o lado positivo, mas a verdade tem que ser dita: nunca seremos capazes de fazer uma previsão de produção para a Petrobras tão precisa quanto a da empresa. A previsão de produção da Petrobras é baseada em um modelo probabilístico preciso, que considera incertezas que nossa abordagem determinística não considera”, explicam os analistas.
Apesar disso, o BBA aponta que, se os padrões observados para os FPSOs em operação forem replicáveis para os próximos que entrarão em operação nos próximos anos, poderá ser vista materialização de uma produção maior do que a esperada.
Para o curto prazo, ao longo de 2024, os analistas explicam que a assimetria entre a projeção e a orientação da Petrobras não parece ser tão grande — cerca de 100 mil barris por dia –, uma vez que a produção virá quase que totalmente de FPSOs que já estão em operação e os níveis atuais de produção da empresa já estão sutilmente acima da orientação.
“Mas, a longo prazo, as nossas estimativas indicam que a produção entregue poderá ser até ~400 mil barris por dia superior às previsões divulgadas no Plano Estratégico 2024- 28. Entretanto, no longo prazo, existem riscos que não conseguimos capturar em nossas análises”, ponderam.
Apesar da conclusão de que poderia haver uma assimetria positiva significativa na produção para o longo prazo,
o BBA avalia que as estimativas de produção são um pouco mais otimistas apenas para 2024 e 2025, dado que a previsão de produção da empresa considera incertezas que a abordagem determinística simplista da corretora não considera.
“Com isso, optamos por aumentar o nosso preço-alvo de R$ 38 para R$ 43 ao término de 2024, mas mantemos nossa indicação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para PETR4″, concluem.