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Petrobras (PETR4) faz oferta não vinculante por fatia em mega bloco da Galp na Namíbia

26 jul 2024, 18:30 - atualizado em 26 jul 2024, 18:30
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A Petrobras aguarda que o Ibama avalie licenças para a Bacia da Foz do Rio Amazonas, onde teve uma autorização negada em maio de 2023 (Foto: Reuters/Sergio Moraes)

A Petrobras (PETR4) fez uma oferta não vinculante para comprar a operação e uma fatia do bloco exploratório de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia, disse a diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos, nesta sexta-feira (26), à Reuters.

A executiva explicou que a Petrobras foi convidada pela portuguesa Galp, dona de fatia majoritária de 80% no bloco, para fazer parte do processo competitivo, em momento em que a petrolífera brasileira tem enfrentado dificuldades para obter licenciamentos ambientais para avançar com a exploração no Brasil, em meio a uma greve do Ibama.

A descoberta de Mopane pela Galp, que se estima conter pelo menos 10 bilhões de barris de petróleo e gás equivalente, seria avaliada em mais de 10 bilhões de dólares, segundo algumas estimativas. A empresa portuguesa lançou em abril o processo de venda de metade da sua participação de 80% na Licença de Exploração Petrolífera 83.

A diretora não especificou se a oferta é para os 40% que a Galp quer vender. A Galp é parceira da Petrobras em diversos campos do pré-sal como Tupi, Atapu e Sépia.

“Nós somos os melhores operadores de águas profundas… O normal é, quem quer um operador, vai procurar a Petrobras… Então, naturalmente, até pelas nossas parcerias naturais, ela procura ver se a Petrobras pode se candidatar”, disse Anjos, em sua primeira entrevista após assumir a liderança da área. “Se eles não escolherem a gente, estão perdendo.”

As ações preferenciais da Petrobras, que estavam em leve alta 0,16% pouco antes do fechamento do mercado, finalizaram em queda de 0,11% após ajustes realizados depois da publicação da reportagem da Reuters. Já as ordinárias reduziram alta de 0,42% para ganho de 0,29%.

A executiva pontuou ainda que a companhia está fazendo uma análise de portfólio de todo o Atlântico, enquanto no Brasil, uma greve do órgão ambiental federal Ibama tem atrasado as atividades exploratórias e a entrada de novos poços de petróleo.

A Petrobras, por exemplo, aguarda que o Ibama avalie licenças para a Bacia da Foz do Rio Amazonas, onde a estatal teve uma autorização negada em maio de 2023. Agora a companhia espera resposta de um pedido de reconsideração para exploração na região, vista como uma nova fronteira petrolífera, mas com questões ambientais sensíveis.

Para Anjos, a Petrobras “nasceu pra desenvolver o país”, e a dificuldade de seguir com seus projetos “é inaceitável”.

“A gente quer trabalhar no Brasil, mas se a gente não está sendo bem recebido, vamos para algum lugar, que a gente vai manter nossa produção”, afirmou a executiva. A Petrobras tem destacado a importância de repor suas reservas petrolíferas, para manter a produção no futuro, até como forma de financiar a transição energética.

A greve do Ibama também impacta a produção de petróleo do país.

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) publicou impactos de 200 mil barris por dia devido à greve.

Questionada, Anjos confirmou que parte relevante impactada é da Petrobras, nos campos de Mero, Búzios e Marlim, que receberam novas plataformas no ano passado e precisam de anuências para conectar poços.

De acordo com a diretora, a companhia está “gastando milhões para atender um monte de requisito, requisito, requisito e a licença não chega.”

Anjos falou nos bastidores do congresso Sergipe Oil&Gas, no Estado de Sergipe, onde a companhia tem uma importante descoberta de gás para desenvolver, mas tem encontrado dificuldades para a contratação de duas plataformas previstas para entrar em operação em 2028.

A executiva afirmou que a companhia está preparando uma nova licitação que será lançada “o mais rapidamente possível”, após mais uma tentativa de contratar não ter dado certo.

Segundo ela, a ideia é manter a entrada em operação das unidades no prazo.

A primeira unidade tem capacidade de produzir 120 mil barris de petróleo por dia e 10 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Já a segunda unidade terá capacidade de processamento diário de 120 mil barris de petróleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás.

O projeto também contará com um gasoduto de escoamento com 134 km de extensão, sendo 111 km no mar e 23 km em terra.

reuters@moneytimes.com.br
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