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Petrobras (PETR4) e estas 3 ações brasileiras renderam como as ‘big techs’ no pós-pandemia

25 fev 2025, 17:01 - atualizado em 25 fev 2025, 17:05
ações alta
Varejistas e empresas de serviços lideram as quedas. (iStock/ guoya)

As ações de quatro empresas brasileiras negociadas na B3 tiveram um desempenho comparável ao das ‘big techs’ no pós-pandemia, com uma valorização expressiva nos últimos cinco anos, refletindo a recuperação de setores estratégicos da economia.

Em 21 de fevereiro de 2020, o Brasil entrava no Carnaval com os primeiros indícios da Covid-19 já no radar. Poucos dias depois, o choque global provocado pela pandemia redefiniu o rumo da economia e do mercado financeiro.

Agora, cinco anos depois, um levantamento da consultoria Elos Ayta revela que Petrobras (PETR4;PETR3), Prio (PRIO3), Embraer (EMBR3) e Santos Brasil (STBP3) tiveram desempenho comparável ao das gigantes da tecnologia no exterior, com retornos entre 113% e 237% em dólares (veja os números abaixo).

No mesmo período, os papéis de Meta acumulam alta de cerca de 200%, Apple sobe 206% e Amazon avança 94%.

Responsável pelo levantamento, o CEO da Elos Ayta, Einar Rivero, lembra que o setor de petróleo e gás se beneficiou da escalada dos preços internacionais do barril, impulsionada pela reabertura da economia e tensões geopolíticas.

A Petrobras, além da valorização do petróleo, surfou na forte distribuição de dividendos, fator que ajudou a atrair investidores.

Empresas ligadas à economia real, como SLC Agrícola (SLCE3), Weg (WEGE3) e Marcopolo (POMO4), também se destacaram, beneficiadas pela retomada da atividade econômica, demanda por infraestrutura e crescimento do agronegócio.

Outro ponto relevante, segundo Rivero, é a resiliência do setor elétrico, com Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6) e Taesa (TAEE11) figurando entre os melhores desempenhos, reforçando o caráter defensivo das elétricas em tempos de incerteza.

Empresa Código Setor Retorno % R$ Retorno % US$
Petrobras PETR4 Exploração refino e distribuição 337,60 237,05
Petrobras PETR3 Exploração refino e distribuição 320,75 224,07
Prio PRIO3 Exploração refino e distribuição 293,67 203,21
Embraer EMBR3 Material aeronáutico e de defesa 201,84 132,49
Santos Brasil STBP3 Serviços de apoio e armazenagem 177,25 113,55
Cemig CMIG4 Energia elétrica 141,12 85,72
SLC Agrícola SLC3 Agricultura 129,77 79,65
Weg WEGE3 Motores compressores e outros 128,29 75,84
Marcopolo POMO4 Material rodoviário 124,15 72,65
Copel CPLE6 Energia elétrica 108,45 58,27
BTG Banco BPAC11 Bancos 105,48 58,27
Bradespar BRAP4 Minerais metálicos 104,17 57,06
Vale VALE3 Minerais metálicos 104,16 57,06
Taesa TAEE11 Energia elétrica 78,75 37,68
Banco do Brasil BBAS3 Bancos 78,35 37,56
Sabesp SBSP3 Água e saneamento 67,32 36,88
JBS JBSS3 Carnes e derivados 66,48 28,23
BB Seguridade BBSE3 Seguradoras 64,67 27,74
Gerdau Met GOAU4 Siderurgia 63,25 25,71
Marfrig MRFG3 Carnes e derivados 61,08 24,07

Petrobras, a campeã em 5 anos, ainda é oportunidade?

No geral, analistas seguem otimistas com as ações da Petrobras (PETR4), que foram as mais recomendadas em fevereiro, de acordo com um levantamento feito pelo Money Times baseado em indicações de 22 instituições financeiras. No total, a petroleira recebeu 16 recomendações, refletindo o otimismo com os resultados e dividendos da companhia.

A empresa também lidera as recomendações para dividendos em fevereiro. 

Em relatório sobre os dados de produção, o BTG Pactual comentou que começa a ver assimetrias positivas nas estimativas para a estatal, mediante melhores preços do petróleo e câmbio. “Além disso, o recente aumento nos preços do diesel sugere que os preços domésticos do combustível não se afastarão muito da IPP”, disse.

Maiores quedas

Varejistas e empresas de serviços lideram as quedas no levantamento da Elos Ayta. Magazine Luiza (MGLU3) despencou impressionantes 94,79% no período, impactada pelo cenário macroeconômico adverso, alta dos juros e mudança no comportamento do consumidor.

O setor de turismo também sofreu um golpe brutal, com Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) registrando quedas superiores a 90%.

Empresas de educação, como Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), também enfrentaram dificuldades, com a migração para o ensino digital e a perda de poder aquisitivo das famílias brasileiras afetando as matrículas e a rentabilidade.

No segmento de saúde, Hapvida (HAPV3) e Fleury (FLRY3) também ficaram entre os piores desempenhos, refletindo dificuldades operacionais e desafios pós-pandemia.

Empresa Código Setor Retorno % R$ Retorno % US$
Magaz Luiza MGLU3 Eletrodomésticos -94,79 -95,99
Irbrasil Re IRBR3 Resseguradoras -93,89 -95,29
Azul AZUL4 Transporte aéreo -93,48 -94,98
CVC Brasil CVCB3 Viagens e turismo -93,41 -94,93
GPA PCAR3 Alimentos -90,21 -92,00

Para o CEO da Elos Ayta, os dados revelam uma vantagem das empresas ligadas à economia real, como commodities, energia e agropecuária, em relação às companhias de serviços, especialmente varejo, turismo e educação.

“Enquanto as primeiras se beneficiaram da alta dos preços das commodities e da retomada da produção, as segundas sofreram com restrições operacionais, endividamento e mudanças estruturais no consumo e no comportamento dos clientes”, disse.

“Os últimos cinco anos de transformação do mercado deixam uma lição clara: setores defensivos e ligados a bens essenciais tendem a ter mais resiliência em momentos de crise, enquanto empresas dependentes do consumo discricionário e de crédito fácil enfrentam dificuldades em tempos de incerteza”, acrescentou.

 

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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