Tempo Real: Ibovespa volta do feriado fugindo da Nvidia
O mês de novembro começou com o mesmo assunto de outubro em alta: o fiscal. A continuação da política fiscal expansionista preocupa o mercado, que embute prêmios nos juros de longo prazo.
“O diferencial de juros reais do Brasil em relação aos EUA aumentou substancialmente nos últimos meses: está agora em 5 pontos percentuais”, afirma a analista da Empiricus Research, Larissa Quaresma.
Já para a inflação, a analista diz que há sinais de melhora nas chuvas, o que permitirá a redução da tarifa de energia elétrica a partir de novembro. Além disso, o melhor clima pode aliviar os preços dos alimentos, reduzindo a pressão sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Entretanto, ela afirma que somente medidas de controle de despesas reancorariam as expectativas de inflação e abaixariam a curva de juros — “algo necessário para destravar nossos ativos de risco”, diz.
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“Ressaltamos que o posicionamento em bolsa é leve, e que um ajuste fiscal ainda é um gatilho possível para os próximos meses. A assimetria parece convidativa”, ressalta.
Quaresma também pontua que a divulgação dos balanços do terceiro trimestre de 2024 (3T24) também pode ser um gatilho para as ações: “o lado bom da economia forte é o crescimento dos lucros corporativos”.
“As empresas estão menos alavancadas e mais enxutas; portanto, com margens de lucro maiores, com exceção daquelas que vendem em reais e gastam em dólares. Como destaques positivos, esperamos: incorporadoras de baixa renda, bancos e seguradoras, shoppings e exportadoras de bens industriais”.
As ações favoritas para novembro
A Petrobras (PETR3; PETR4) foi eleita — mais uma vez — a ação favorita dos analistas no ranking para novembro. Os papéis da estatal receberam 19 indicações, entre os portfólios de 23 bancos, corretoras e casas de análise.
O BTG Pactual — que incluiu as ações da petroleira de novo na carteira recomendada — acredita que o anúncio do novo plano estratégico de cinco anos da Petrobras, no final de novembro, apresenta uma relação entre risco e retorno “atraente”.
“Espera-se que o capex (headline) aumente, mas esperamos uma curva de capex mais estável e vemos um bom potencial para investimentos de curto prazo mais baixos (2025 e 2026), apoiando as expectativas de dividendos sólidos em um futuro próximo”, afirmam.
Os analistas ainda destacam que a companhia pode divulgar dividendos extraordinários em novembro e, dependendo das conclusões do novo plano estratégico, a probabilidade de proventos especiais nos próximos anos também pode aumentar.
“Com maior visibilidade operacional, forte geração de caixa (FCFE) e custos (breakeven) mais
baixos, a Petrobras é a opção mais segura em nossa cobertura de petróleo & gás”, dizem.
O BB Investimentos, por sua vez, diz que as boas perspectivas de crescimento da produção e os baixos custos de extração também são gatilhos para que a petroleira siga entregando uma boa geração de caixa e elevado retorno ao acionista. A casa também não descarta a possibilidade de dividendos extraordinários em 2024.
Em relação ao plano de negócios, os analistas esperam a manutenção das principais premissas que hoje tem norteado a companhia na entrega de resultados consistentes.
“A atenção será grande em relação à alocação de capital, mas não esperamos grandes guinadas, com um pouco mais de apostas em renováveis como uma forma de diversificação de receitas e fortalecimento da atuação em transição energética, o que pode ser positivo, dada a demanda crescente por produtos com menor pegada de carbono, mas ainda mantendo o foco no rentável pré-sal”, afirmam.
Outro ponto que tem gerado expectativas é a reposição das reservas, com a principal aposta na Margem Equatorial, mas com possibilidades também na bacia de Pelotas e nas aquisições feitas no continente africano.
Além de Petrobras
Na cola de Petrobras, a Vale (VALE3) recebeu o segundo maior número de indicações para novembro, aparecendo 16 carteiras.
O Safra — que elevou levemente a exposição da mineradora no portfólio — segue com uma visão positiva
para as ações e acredita que a atividade econômica chinesa poderia dar suporte aos preços do minério de ferro no curto prazo.
“A empresa deve continuar a gerar um fluxo de caixa sólido e manter níveis atrativos de remuneração aos acionistas”, afirmam.
Os analistas ainda avaliam que o prêmio de qualidade para o minério tende a se manter próximo do nível atual, devido à busca por maior eficiência e elevados padrões ambientais das siderúrgicas.
Ranking de ações recomendadas
Empresa | Ticker | Recomendação |
---|---|---|
Petrobras | PETR3/PETR4 | 19 |
Vale | VALE3 | 16 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 14 |
Cyrela | CYRE3 | 8 |
JBS | JBSS3 | 8 |
Sabesp | SBSP3 | 8 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 7 |
Gerdau | GGBR3/GGBR4 | 7 |
Eletrobras | ELET3/ELET6 | 7 |
Petrorio/PRIO | PRIO3 | 6 |
Equatorial Energia | EQTL3 | 6 |
Localiza | RENT3 | 6 |
Levantamento
O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 23 instituições. Para novembro, foram indicadas 83 ações, somando 239 recomendações.
Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, Andbank, Daycoval, BB Investimentos, BTG Pactual, CM Capital, EQI Research, Empiricus Research, Genial Investimentos, Itaú BBA, Monte Bravo, MyCap, Nova Futura, Planner, PagBank, Rico, RB Investimentos, Safra, Santander, Terra Investimentos, Toro e XP Investimentos.