Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) em queda? Entenda como eleição de Lula pode mexer com ações
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República neste domingo (30), garantindo seu terceiro mandato à frente do Brasil.
O petista recebeu o maior número de votos no segundo turno, angariando 50,90% dos votos válidos. Jair Bolsonaro (PL), que tentou se reeleger, apresentou 49,10% dos votos.
O resultado dá um ponto final a boa parte das incertezas no mercado acionário, visto que o Brasil já tem o nome de seu próximo presidente. Ainda assim, a volatilidade não deve acabar.
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
Agentes do mercado avaliam que a Bolsa deve sofrer nos próximos dias, em especial nesta segunda-feira (31).
Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, destaca que, mesmo com o mercado já tendo precificado bem a possibilidade de eleição de Lula, o primeiro movimento da Bolsa deve ser de queda – e o dólar, de alta.
“Apesar de o mercado ter precificado bastante esse resultado, […] as estatais devem sentir forte”, afirma.
“A gente deve ver, nos próximos dias, uma queda considerável das estatais, com Petrobras (PETR3;PETR4) caindo mais que as outras”, completa Izac.
De acordo com Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, sem nenhuma sinalização em relação à nova equipe econômica, o mercado deve abrir em baixa. Porém, a queda pode sinalizar oportunidades.
“Pode ser um ótimo dia para comprar”, avalia o analista.
Dias ruins para ações de estatais
O sócio da Nexgen Capital prevê uma queda forte das ações das estatais em um primeiro momento, principalmente de Petrobras.
Segundo Izac, o receio do que pode acontecer com essas empresas (riscos de intervenção política e seca de dividendos) deve se manifestar entre os investidores.
“Ainda está muito obscuro sobre o que a gente deve ver pela frente. Mas, em um primeiro momento, a gente deve ter uma queda considerável das estatais”, avalia.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, destaca o histórico do governo eleito de “usar bastante” as empresas estatais como “ferramentas de subsídios de preços para controle da inflação”.
“[O governo eleito] forneceu crédito via Banco do Brasil (BBAS3), BNDES e Caixa, abrindo mão de lucro e piorando o resultado operacional dessas empresas, o que é “positivo” para o consumidor e extremamente preocupante para os investidores dessas empresas”, diz.
Segundo Alves, muitos investidores devem preferir assistir de fora o que pode acontecer com as empresas estatais, gerando forte pressão vendedora.
Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, o ponto de interrogação é a dinâmica que a equipe de Lula terá com o Congresso Nacional.
“A realidade é que o PT não tem autonomia de maioria tanto no Senado quanto de deputados”, afirma.
“Fica um ponto de interrogação grande, e isso nos primeiros dias traz um viés pessimista para o mercado em geral”, completa Labarthe.
Ruído eleitoral deve passar
Izac, da Nexgen Capital, chama atenção para a possibilidade de estabilização do mercado passado o ruído eleitoral dos primeiros dias.
“Em um primeiro momento, a gente pode ver uma Bolsa caindo e um dólar subindo, mas o que podemos ver depois é esse mercado se estabilizar um pouco e voltar a se tornar positivo para o Brasil”, comenta.
Segundo Izac, para que haja a estabilização, o mercado deve se atentar a dois pontos:
- a transição do governo tem que ser pacífica, sem que o atual presidente conteste o resultado das urnas eletrônicas; e
- quais ministros (em especial o da Economia) serão anunciados para compor o novo governo Lula.
Izac reforça que o Brasil está “muito bem colocado economicamente” no cenário externo, principalmente quando comparado com outros países emergentes.
“O Brasil está muito bem visto e muito bem quisto no cenário externo, principalmente pelo investidor estrangeiro”, diz.
Siga o Money Times no Instagram!
Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Todo dia um resumo com o que foi importante no Minuto Money Times, entrevistas, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!
Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.