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Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) em queda? Entenda como eleição de Lula pode mexer com ações

30 out 2022, 22:10 - atualizado em 30 out 2022, 22:13
Ibovespa
Agentes do mercado avaliam que a Bolsa deve sofrer nos próximos dias, em especial nesta segunda-feira (31)  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República neste domingo (30), garantindo seu terceiro mandato à frente do Brasil.

O petista recebeu o maior número de votos no segundo turno, angariando 50,90% dos votos válidos. Jair Bolsonaro (PL), que tentou se reeleger, apresentou 49,10% dos votos.

O resultado dá um ponto final a boa parte das incertezas no mercado acionário, visto que o Brasil já tem o nome de seu próximo presidente. Ainda assim, a volatilidade não deve acabar.

Agentes do mercado avaliam que a Bolsa deve sofrer nos próximos dias, em especial nesta segunda-feira (31).

Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, destaca que, mesmo com o mercado já tendo precificado bem a possibilidade de eleição de Lula, o primeiro movimento da Bolsa deve ser de queda – e o dólar, de alta.

“Apesar de o mercado ter precificado bastante esse resultado, […] as estatais devem sentir forte”, afirma.

“A gente deve ver, nos próximos dias, uma queda considerável das estatais, com Petrobras (PETR3;PETR4) caindo mais que as outras”, completa Izac.

De acordo com Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, sem nenhuma sinalização em relação à nova equipe econômica, o mercado deve abrir em baixa. Porém, a queda pode sinalizar oportunidades.

“Pode ser um ótimo dia para comprar”, avalia o analista.

Dias ruins para ações de estatais

O sócio da Nexgen Capital prevê uma queda forte das ações das estatais em um primeiro momento, principalmente de Petrobras.

Segundo Izac, o receio do que pode acontecer com essas empresas (riscos de intervenção política e seca de dividendos) deve se manifestar entre os investidores.

“Ainda está muito obscuro sobre o que a gente deve ver pela frente. Mas, em um primeiro momento, a gente deve ter uma queda considerável das estatais”, avalia.

Banco do Brasil
Investidores devem preferir assistir de fora o que pode acontecer com as empresas estatais, gerando forte pressão vendedora, diz chefe da mesa de operações da Ação Brasil (Imagem: Agência Brasil)

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, destaca o histórico do governo eleito de “usar bastante” as empresas estatais como “ferramentas de subsídios de preços para controle da inflação”.

“[O governo eleito] forneceu crédito via Banco do Brasil (BBAS3), BNDES e Caixa, abrindo mão de lucro e piorando o resultado operacional dessas empresas, o que é “positivo” para o consumidor e extremamente preocupante para os investidores dessas empresas”, diz.

Segundo Alves, muitos investidores devem preferir assistir de fora o que pode acontecer com as empresas estatais, gerando forte pressão vendedora.

Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, o ponto de interrogação é a dinâmica que a equipe de Lula terá com o Congresso Nacional.

“A realidade é que o PT não tem autonomia de maioria tanto no Senado quanto de deputados”, afirma.

“Fica um ponto de interrogação grande, e isso nos primeiros dias traz um viés pessimista para o mercado em geral”, completa Labarthe.

Ruído eleitoral deve passar

Izac, da Nexgen Capital, chama atenção para a possibilidade de estabilização do mercado passado o ruído eleitoral dos primeiros dias.

“Em um primeiro momento, a gente pode ver uma Bolsa caindo e um dólar subindo, mas o que podemos ver depois é esse mercado se estabilizar um pouco e voltar a se tornar positivo para o Brasil”, comenta.

Segundo Izac, para que haja a estabilização, o mercado deve se atentar a dois pontos:

  • a transição do governo tem que ser pacífica, sem que o atual presidente conteste o resultado das urnas eletrônicas; e
  • quais ministros (em especial o da Economia) serão anunciados para compor o novo governo Lula.

Izac reforça que o Brasil está “muito bem colocado economicamente” no cenário externo, principalmente quando comparado com outros países emergentes.

“O Brasil está muito bem visto e muito bem quisto no cenário externo, principalmente pelo investidor estrangeiro”, diz.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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