Petrobras (PETR4): Dividendos vão mesmo secar? O cálculo que o mercado começa a fazer para o governo Lula
Com o governo Lula, analistas passaram a considerar um modelo de preço justo para a Petrobras (PETR4) com uma redução drástica no pagamento de dividendos. O payout, que chegou a bater 145% em 2020, cairia para os 25% exigido por lei.
A baixa pode estar sendo superestimada, levando em conta que pode não haver interferência drástica na precificação de combustíveis – possibilidade que foi reduzida pelo CEO indicado pelo governo, Jean Prates -, disse a Empiricus (que faz parte do mesmo grupo que o Money Times).
Considerando a queda do preço do petróleo, a Petrobras geraria um lucro em torno de R$ 100 bilhões por ano nos próximos dois anos (vs. 183 bilhões em 2022), calcula a casa de análises, em relatório assinado por Rodolfo Amstalden e equipe.
Os analistas lembram que a estatal planeja investimentos da ordem de R$ 85 bilhões nos próximos dois anos e dizem que a alavancagem já está “muito baixa”, sem necessidade de amortização de dívidas. “O Fluxo de Caixa Livre restante de R$ 75 bilhões poderia ser reinvestido ou distribuído aos acionistas”.
Com um payout de 25%, seriam R$ 25 bilhões em dividendos e R$ 50 bilhões que sobrariam para o governo investir. “Quisesse o governo forçar a Petrobras a investir o mesmo montante que as 11 maiores geradoras de energia do país nos últimos 12 meses [ou seja, R$ 15 bilhões], ainda sobrariam R$ 35 bilhões”, afirmam.
O valor, destacam os analistas, seria suficiente para recomprar as refinarias vendidas recentemente – Reman (R$ 1,4 bilhão) e Rlam (R$ 10 bilhões). Restariam, então, R$ 23 bilhões para turbinar os dividendos, somando R$ 48 bilhões em proventos – payout de 48% -, afirmam.
Para os analistas, o exercício ajuda o investidor a ter uma melhor percepção do tamanho da geração de caixa da Petrobras e a “criatividade” que o governo precisará ter para investir o dinheiro hoje pago em dividendos.