Petrobras (PETR4): Dividendos hoje vão impedir nova gestão de fazer investimentos?
Um eventual pagamento de dividendos da Petrobras (PETR4) nesta quinta-feira (3) não deve impedir a gestão indicada pelo governo Lula de realizar novos investimentos, avaliam agentes do mercado.
Parte dos investidores teme que a empresa reverta o plano executado desde 2017, que levou a uma redução do endividamento e a vultuosos dividendos, e volte a investir em refinarias.
No entanto, segundo analistas e gestores, a nova gestão da Petrobras não fará um “cavalo-de-pau” no plano estratégico da companhia. Os agentes esperam uma mudança gradual na empresa.
“Tem que fazer muitas ‘Comperj’ [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro] pra destruir o ROIC [retorno sobre capital investido] da empresa”, resumiu o gestor Luiz Fernando Alves Jr., da Versa Asset, em sua conta no Twitter.
No entanto, o especialista vê a empresa tomando dívida, o que levaria a um aumento de risco do negócio e, “a depender dos juros, subtraindo valor da empresa”.
“Os R$ 50 bilhões em dividendos de Petrobras não vão impedir o PT de fazer os investimentos que deseja”, afirma o gestor.
O sócio da Drive Capital Lucio Vieira destaca que, de fato, a estatal vinha fazendo uma distribuição alta de dividendos, mas pondera que há um discurso político em ser contra os proventos.
“O maior beneficiado com os dividendos no final das contas é o governo”, afirma. Segundo ele, haverá um fluxo menor de dinheiro no caixa da empresa, caso a companhia escolha não continuar com as vendas em andamento.
Nesta quinta, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reiterou que o partido não concorda com a política de distribuição de proventos, que “tira a capacidade de investimento” da empresa.
A Federarão Única dos Petroleiros (FUP) e a Anapetro – a associação que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras (PETR4)– prometeram entrar com ação judicial contra a gestão da empresa e seus conselheiros, caso a companhia aprove o pagamento de dividendos hoje.
A polêmica em torno dos proventos se acirrou por que seriam uma antecipação de lucros da companhia cujas demonstrações financeiras apenas serão aprovadas pela assembleia de acionistas do próximo ano. Na prática, caberia a uma nova gestão escolher o destino dos recursos.
Para a analista Julia Monteiro, da MyCap, é cedo para entender como serão as próximas decisões da empresa com a nova gestão. “Tudo depender da destinação de capital”, comenta. “Se for entender que vai ter investimento para ter retorno elevado, é ok”.
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