Mercados

Petrobras (PETR4) afunda: Dividendos extras em risco? Mudança no estatuto provoca ‘calafrios’ nos mercados

23 out 2023, 14:54 - atualizado em 23 out 2023, 14:54
Petrobras
Ainda segundo o Goldman, a proposta de mudança deixa espaço para a nomeação de indivíduos politicamente expostos para cargos de gestão (Kaype Abreu/Money Times)

A Petrobras derrapa forte na sessão desta segunda-feira. Por volta das 14h50, o papel preferencial (PETR4) caia 5,84%, enquanto o ordinário (PETR3) exibia queda de 5,13%.

De acordo com os analistas ouvidos pelo Money Times, o papel cai em função da mudança do estatuto da empresa, aprovado pelo conselho e que passará pelo crivo Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a ser convocada oportunamente.

Entre as mudanças da proposta está a criação de reserva de remuneração do capital, que não deverá afetar os dividendos, segundo a empresa, e uma mudanças na indicação de administradores. 

Apesar disso, de acordo como o Goldman Sachs, em relatório enviado ao mercado nesta manhã, a criação uma reserva de remuneração aumenta as incertezas para a previsão no pagamento de um potencial dividendo extraordinário.

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Petrobras: Mudança de indicação de diretores

Ainda segundo o Goldman, a proposta deixa espaço para a nomeação de indivíduos politicamente expostos para cargos de gestão. 

“Por outro lado, notamos que a proposta também incentiva o cumprimento das políticas atuais, negando seguro em casos de irregularidades”, discorre.

O analista da Empiricus, Ruy Hungria, classificou a mudança como ‘dúbia’, principalmente no trecho que prevê “excluir vedações para a indicação de administradores previstas na Lei nº 13.303/2016 consideradas inconstitucionais por meio de Tutela Provisória Incidental na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.331-DF, em curso perante o Supremo Tribunal Federal”.

Bruno Komura, da Potenza Capital, diz que o mercado parece que não está gostando dos sinais enviados pelo governo.

“Eu acho que ainda não preocupa o controle de preços (principal fator para a lucratividade), mas talvez no longo prazo, as indicações possam indicar má alocação de capital”, coloca.

Ainda segundo os analistas, os investimentos ruins não machucam no curto prazo, mas conforme ocorre com frequência, leva a deterioração dos resultados no médio e longo prazo.

Na visão de João Abdouni, da Levante Investimentos, o governo tenta aumentar o nível de intervenção, com investimento em Venezuela e Bolívia e agora a mudança do estatuto.

“Precisamos observar as movimentações dos agentes”, completa.

Procurado pelo Money Times, a Petrobras não comentou.

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