Petrobras (PETR4): Dividendos e lucro no 1T25; o que importa para o mercado após relatório de produção

Após a divulgação de um relatório de produção e vendas da Petrobras (PETR4) em linha com o esperado pelo mercado, analistas voltam apontar para a expectativa de pagamento de dividendos ordinários e de anúncio de lucro no primeiro trimestre. O balanço será divulgado em 12 de maio.
Para o Citi, a Petrobras divulgará números sólidos no balanço, implicando um aumento trimestre a trimestre do Ebitda ajustado e anúncio de dividendos ordinários.
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A expectativa se baseia, de acordo com os analistas do banco, em preços estáveis do petróleo, diminuição de custos com menos paradas de manutenção, maior preço do diesel e estimativas de um menor capex no período.
O Safra espera que a Petrobras apresente um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado 6% maior na comparação trimestral, com a margem de 52% e um lucro líquido de US$ 4,8 bilhões.
O banco projeta ainda dividendos ordinários trimestrais de US$ 2,0 bilhões, equivalentes a um rendimento de 2,8%.
O analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, destaca a expectativa sobre o capex (investimento) da Petrobras.
“Depois de ultrapassar e muito o guidance de investimentos no último trimestre do ano passado, o primeiro trimestre de 2025 pode ajudar a dissipar receios de má alocação de capital e, consequentemente, distribuição futura de dividendos”, afirma.
Já o BTG Pactual diz que o foco permanecerá em saber se a evolução dos investimentos pode comprometer os pagamentos futuros. O banco espera o pagamento de dividendos ordinários da ordem de US$ 1,6 bilhão referente aos primeiros três meses do ano.
Produção da Petrobras
A produção média de óleo, LGN e gás natural da Petrobras totalizou 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed) no primeiro trimestre de 2025, uma leve queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, permanecendo praticamente estável.
Na comparação trimestral, porém, houve alta de 5,4%, impulsionada por menor volume de perdas operacionais devido a manutenções, maior eficiência na Bacia de Santos e pela entrada em operação dos FPSOs Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, e Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero.
Ao longo do trimestre, a companhia também iniciou a operação de 11 novos poços produtores — seis na Bacia de Campos e cinco na Bacia de Santos.
Comprar ou vender?
O relatório de produção pouco alterou a percepção dos analistas sobre a companhia.
Mesmo o BB Investimentos, que anunciou um rebaixamento para o papel da estatal para “neutro”, disse que a decisão teve como base um cenário avaliado pelo banco como de crescente incerteza no setor de petróleo, com destaque para a queda expressiva nas cotações da commodity e o aumento da volatilidade no mercado global.
O preço-alvo, no entanto, foi mantido em R$ 48,50 para 2025 – o que implica um potencial de valorização de 59%.
O banco ponderou que a Petrobras segue com vantagens competitivas relevantes, como um plano robusto de novas plataformas, endividamento controlado abaixo de US$ 65 bilhões, e políticas de dividendos e preços alinhadas aos pares globais.
Já o Citi já tinha recomendação neutra, com preço-alvo para os ADRs (os papéis negociados em Nova York) de US$ 14 — o que representa um potencial de valorização de 21,5% em relação ao último fechamento.
O Safra, por sua vez, tem recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações preferenciais da estatal. O preço-alvo é de R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 57% em relação ao fechamento anterior.
Na mesma linha, o BTG e Itaú BBA recomendam a compra das ações — com preço-alvo de US$ 20 para os ADRs no caso do BTG, que tem Petrobras como a favorita para o setor de óleo e gás, e de R$ 43 para os papéis negociados na B3 no caso do BBA.
*Com informações de Seu Dinheiro