Petrobras (PETR4) dita rumo do Ibovespa (IBOV), que fecha em queda; dólar cai a R$ 5,62
Na reta final de julho, o Ibovespa (IBOV) até tentou sustentar alta, mas a forte quedas das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) puxaram o índice para o território negativo nesta segunda-feira (29).
O principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,42%, aos 126.953,86 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6255 (-0,57%).
Além de Petrobras, os investidores repercutiram a piora das expectativas para a inflação a dois dias da decisão sobre a Selic. O mercado elevou novamente as projeções para o IPCA de 2024 e 2025, segundo o Relatório Focus.
Na próxima quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter os juros a 10,50% ao ano.
As atenções devem se concentram no comunicado da decisão, com o mercado à procura de alguma sinalização sobre as próximas decisões. Hoje, a curva de juros futuros já precifica novas elevações dos juros, dada a piora do câmbio e das expectativas sobre a inflação.
Em segundo plano, a dívida pública federal subiu 2,25% em junho ante maio, para R$ 7,068 trilhões, informou o Tesouro Nacional.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre os ativos, Petrobras (PETR3;PETR4) concentraram as movimentações do mercado brasileiro. A segunda ação mais negociada da B3, os investidores repercutiram a notícia de que a estatal fez uma oferta não vinculante para comprar a operação e uma fatia do bloco de exploração de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia — que, na avaliação de analistas, pode reduzir o pagamento dos dividendos da petroleira no curto prazo.
“Essa compra, juntamente com a recompra de refinarias que haviam sido vendidas anteriormente, pode reduzir a ‘margem de segurança’ nas projeções de dividendos da Petrobras. Isso significa que a empresa pode ter menos recursos disponíveis para distribuir entre os acionistas, o que contribui para a queda nas ações”, afirma Frederico Nobre, head de análises da Warren Investimentos.
O mercado espera também o relatório de produção da estatal do segundo trimestre, a ser divulgado ainda nesta segunda-feira (29).
Usiminas (USIM5) estendeu as perdas da sessão anterior e figurou entre as maiores quedas do Ibovespa, ainda em reação ao balanço do segundo trimestre.
Na última sexta-feira (26), as ações da companhia caíram cerca de 23% após a empresa reportar prejuízo líquido de R$ 100 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 36 milhões no trimestre anterior.
Hoje, a queda foi impulsionada pelo rebaixamento de recomendação de neutra para underperform (equivalente a venda) pelo Bank of America. lém disso, a Justiça determinou que a CSN (CSNA3) reduza sua participação na siderúrgica de 12,9% para menos de 5% do capital social.
Entre as maiores altas do Ibovespa, Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) — que divulga o balanço do segundo trimestre nesta terça-feira (30) antes da abertura dos mercados — avançaram mesmo com o alívio do dólar.
Na B3, o destaque do dia foi SBF (SBFG3), dona da Centauro e Fisia (operadora da Nike). As ações da companhia subiram mais de 10% durante o pregão em reação ao balanço do segundo trimestre.
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Exterior
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam novos dados do mercado de trabalho e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) na próxima quarta-feira (31).
A expectativa é de que o Fed mantenha os juros inalterados, no intervalo entre 5,25% a 5,50%. O mercado espera alguma sinalização para início do afrouxamento monetário na reunião de setembro — já que o mercado precifica a probabilidade 100% de corte há mais de uma semana, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.
A semana também será marcada por balanço do setor de tecnologia. Entre os resultados mais aguardados dos próximos dias estão Microsoft, Apple e Amazon.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +0,08%, aos 5.463,54 pontos;
- Dow Jones: -0,12%, aos 40.539,93 pontos;
- Nasdaq: +0,07%, aos 17.370,20 pontos.