Petrobras (PETR4) deve pagar US$ 10 bilhões em dividendos em 2025 e há potencial para extraordinários, avalia XP
A Petrobras (PETR4) deve pagar US$ 10 bilhões em dividendos em 2025, estima a XP Investimentos, tendo em vista a expectativa do governo de receber R$ 14,6 bi em dividendos de sua participação direta na petrolífera, conforme mostra o projeto de lei orçamentária anual (PLOA) para 2025, divulgado com detalhes na segunda-feira (02).
Segundo os analistas da casa, a previsão é consistente com as recentes distribuições de cerca de US$ 2,5 bilhões por trimestre.
“Essas estimativas também se alinham com nossas próprias previsões para os dividendos ordinários da Petrobras. Embora os dividendos ordinários tenham atendido às nossas expectativas, acreditamos que há espaço para um aumento adicional dos dividendos extraordinários” afirma a XP.
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A avaliação da Petrobras permanece atraente para a XP, com um dividend yield de cerca de 10% e um FCFE (fluxo de caixa livre para o acionista) yield de cerca de 16%, que acreditam que poderia eventualmente ser distribuído incluindo dividendos extraordinários.
Os analistas comentam que, a previsão do governo considera apenas os dividendos ordinários pagos conforme a política de dividendos de 45% da Petrobras. No entanto, veem espaço para um aumento adicional de dividendos extraordinários, já que estimam o FCFE da companhia em US$ 16 bilhões.
“Acreditamos que essa diferença de US$ 6 bilhões (rendimento de c.6%) provavelmente se transformará em dividendos extraordinários mais adiante, com um potencial rendimento total de dividendos de 16%”.
O impacto do Brent na Petrobras
A XP destaca que o mercado demonstrou uma preocupação significativa com relação à recente queda nos preços do petróleo, com o Brent negociado a cerca de US$ 77/bbl na segunda-feira (02), frente a mais de US$ 80/bbl na última semana.
“Continuamos a acreditar que o Brent deve se recuperar e continuar a atingir a média de cerca de US$ 80/bbl, mas é claro que podemos estar errados. Principalmente se a demanda global desacelerar”.
Os analistas veem a Petrobras significativamente alavancada em relação aos preços do petróleo e, portanto, será diretamente afetada se o Brent permanecer em baixa por mais tempo.
Neste sentido, estimam que, para cada mudança de US$ 5/bbl no Brent, a política de dividendos da empresa é impactada em aproximadamente US$ 1,1 bilhão por ano.
Em termos de FCFE, o impacto aumenta para cerca de US$ 2,5 bilhões, enquanto o impacto no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de cerca de US$ 3,7 bilhões, considerando que a Petrobras seguirá a paridade diesel/gasolina.
“Acreditamos que a avaliação da PBR continua atraente para preços do Brent de US$ 70/bbl ou mais”, conclui a XP.