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Petrobras (PETR4): Dados operacionais não são um problema; então, onde estão os riscos?

09 fev 2023, 13:00 - atualizado em 09 fev 2023, 13:01
Petrobras
Analistas recebem bem os números operacionais da Petrobras (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou na noite desta quarta-feira (8) seu relatório de produção e vendas do quarto trimestre de 2022. Pela leitura de analistas, os números sugerem resultados fortes para o período, apesar da queda nos preços do petróleo.

Segundo a XP Investimentos, a empresa deve mostrar mais um “trimestre sólido” de geração de caixa, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado esperado de US$ 16,4 bilhões.

Na avaliação da Empiricus Research, os dados vieram sem grandes surpresas, até porque a companhia já havia antecipado que bateu as metas de produção de 2022.

A Petrobras produziu 2,64 milhões de barris de petróleo e gás por dia nos últimos três meses do ano passado, queda de 2,1% em relação ao mesmo período de 2021.

Em comparação com o terceiro trimestre de 2022, o volume produzido pela estatal ficou praticamente estável, apresentando leve alta de 0,1%.

No ano, a Petrobras atingiu produção média diária de 2,68 milhões de barris, 3,2% acima da meta de 2,6 milhões de barris.

O grande dado positivo

Na avaliação de analistas, o principal dado do relatório veio das operações do pré-sal.

A novidade da prévia é o declínio de 7% na produção nos campos do pós-sal devido a paradas para manutenção, descomissionamento e declínio natural, diz Ruy Hungria, da Empiricus.

O declínio do pós-sal foi compensado por um crescimento de 2% na produção nos campos do pré-sal, que atingiram 75% de participação no trimestre”, afirma o analista.

Segundo Hungria, mesmo com volumes estáveis, o aumento da participação do pré-sal na produção indica melhora de margens, dada a maior produtividade e o menor custo de extração.

Mapeando os riscos

Pela prévia do quarto trimestre de 2022, a Petrobras mostra que segue apresentando números operacionais sólidos, diz Hungria.

Para o analista, o grande problema da companhia não está na capacidade técnica e operacional (a Petrobras tem comprovado sua eficiência nesse quesito), mas nas incertezas relacionadas às políticas comerciais e de dividendos que o novo governo adotará.

A XP acredita que todos os olhares estarão voltados para o que o novo CEO da companhia, Jean Paul Prates, dirá aos investidores na teleconferência dos resultados do quarto trimestre de 2022.

A corretora destaca ainda que, nas últimas semanas, “o saldo dos riscos políticos parece estar crescendo contra os acionistas minoritários”.

Mesmo considerando a Petrobras um investimento de alto risco, a recomendação de compra foi mantida pelos analistas devido ao valuation atrativo.

De acordo com o analista da Empiricus, os papéis da estatal negociam a 2,5 vezes lucros, com dividend yield estimado de quase 20%, mostrando que uma grande parte do pessimismo do mercado já está embutido nos preços atuais.

“Por esses motivos, para quem possui uma carteira já devidamente diversificada, a série Vacas Leiteiras mantém a recomendação de compra para os papéis”, completa Hungria.

A Genial Investimentos tem recomendação de “manter” para a ação, com preço-alvo de R$ 30.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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