Petrobras (PETR4) abre oportunidade para Banco do Brasil (BBAS3); entenda
O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 6,52% na semana, cotado a R$ 37,85. Por tabela, o banco foi prejudicado pela aversão ao risco que tomou conta na bolsa na semana devido ao cenário fiscal do país. Na semana, o Ibovespa tombou 1,83%.
Para Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos, os investidores ficaram com medo em relação ao governo por conta dos riscos de intervenção na Petrobras (PETR4).
A empresa anunciou dividendos e resultados recordes. Porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jean Prates já dão como certas mudanças na política de preços e dos proventos.
“Quando o governo sinaliza intervenção na Petrobras e continua com o ruído com o BC, os investidores se assustam. Se a situação acalmar, acho que podemos ter correção (para alta)”, diz.
Komura diz que o BB possui “camadas de proteção”, como:
- antes de sofrer intervenção, o governo deve mexer na Caixa e no BNDES, só após isso o Banco do Brasil deve ser impactado
- carteira de funcionários públicos, que possuem estabilidade, e alta exposição ao agro, que está indo bem;
- o valuation está muito atrativo, negociando 3,2x P/E (preço sobre o lucro) 2023 e 0,6x P/BV
Em sua visão, o Banco do Brasil possui uma boa relação risco retorno por causa da resiliência.
“O ROE (retorno sobre o patrimônio) está alto e deve se manter neste patamar no curto prazo. Caso comece a surgir notícias na linha de intervenção, mudaremos a nossa visão”, completa.
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Banco do Brasil é venda para Bradesco
Já o Bradesco BBI não concorda com a visão otimista. A corretora passou a tesoura nas recomendações dos papéis de bancos. A corretora vê um cenário mais tumultuado para os próximos meses. Entre as ações, sobrou até para o Banco do Brasil, queridinho de analistas e investidores.
O BBI cortou a indicação de compra para neutra, enquanto o preço-alvo saiu de R$ 57 para R$ 48.
De acordo com a equipe de analistas liderado por Gustavo Schroden, os fundamentos do banco continuam sólidos, enquanto a estatal deverá entregar um ROE (retorno sobre o patrimônio) do mesmo nível dos bancões privados.
“No entanto, devido às maiores incertezas, agora é difícil definir um nível de prêmio de risco justo. Portanto, a nosso ver, o nível de rentabilidade futura dependerá da estratégia a ser adotada pela nova administração federal, que ainda não está clara”, discorre.