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Petrobras (PETR4): Como ficam os dividendos com o petróleo em queda, segundo o UBS BB

08 abr 2025, 12:54 - atualizado em 08 abr 2025, 12:54
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UBS BB avalia impacto da queda dos preços do petróleo nos dividendos da Petrobras (Wilson Melo / Agência Petrobras)

O temor de uma recessão levou os preços do petróleo lá para baixo, o que pode limitar o potencial de dividendos da Petrobras (PETR4), avalia o UBS BB.

A equipe de analistas liderada por Matheus Enfeldt destaca que o Brent caiu US$ 10 por barril, ou 14%, em uma semana como resultado da decisão da Opep+ de acelerar o aumento da produção em maio e das tensões tarifárias.

Apenas na segunda-feira (7), houve queda de 2%, atingindo uma mínima de quase quatro anos. A commodity foi, mais uma vez, pressionada pela preocupação de que as últimas tarifas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possam levar as economias de todo o mundo à recessão e reduzir a demanda global por energia.

O banco destaca que a curva futura está limitada na faixa de US$ 60-65/barril até 2025 a 2027, com expectativa limitada de alta relevante após esse período.

A Petrobras registrou desempenho superior à maioria dos mercados desenvolvidos na última semana e também a seus pares latino-americanos, no entanto, desabou 4% na segunda (7), levantando questionamentos sobre perspectivas daqui em diante.

“Embora não tenhamos revisado nossa premissa de preço do petróleo até agora, com o Brent estável a US$ 65/barril até o segundo trimestre de 2025-2027, vemos um fluxo de caixa livre de 7-8% até 2025-27, o que deve limitar o potencial de dividendos da Petrobras neste nível, a não ser que a empresa opte por aumentar a alavancagem para pagar cerca de 11% de dividendos”, avaliam os analistas.

O UBS BB tem recomendação de compra para a PETR4, com preço-alvo de R$ 49.

Nesta terça (8), as ações preferenciais da companhia recuavam 0,51%, a R$ 33,01, por volta de 12h35.



Possível fator de suporte para Petrobras

Como a Petrobras tem grande peso no Ibovespa (IBOV), um movimento positivo nos mercados brasileiros — seja em antecipação ao possível fim do ciclo de alta de juros ou pela percepção de que a empresa pode se sair melhor em meio a tarifas — pode representar um fator de suporte para suas ações, segundo avaliação do UBS BB.

Os analistas destacam ainda que, à medida que 2026 se aproxima, o cenário eleitoral tende a ganhar mais relevância na tese de investimento. O mercado já especula a possibilidade de uma mudança no pêndulo político.

Apesar da queda do Brent e dos preços internacionais dos combustíveis, a deterioração do câmbio foi suficiente para compensar a maior parte desse recuo. De acordo com os analistas do UBS BB, a paridade de importação está atualmente estimada em cerca de +8% para a gasolina e +2% para o diesel.

“Há potencial para uma redução de aproximadamente 10% no preço da gasolina e de 5% no do diesel, diante da pressão contínua do governo, incluindo relatos de que o Ministério de Minas e Energia tem defendido cortes”, afirmam os analistas. “Ainda assim, esperamos que a Petrobras mantenha os preços por mais tempo, até que haja maior estabilidade nos mercados — tanto no câmbio quanto nas cotações internacionais.”

Segundo a CEO da petrolífera, Magda Chambriard, os preços de combustíveis cobrados na venda a distribuidoras não devem passar por alterações enquanto o cenário estiver turbulento, com incertezas geradas pelo tarifaço nos mercados globais.

*Com Reuters

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Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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